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Na programação, ocorreu ainda o lançamento do Centro Socioambiental Unisc

A segunda-feira, 22, marca o Dia da Terra. É também o dia em que foi realizado o 1º Seminário Gaúcho de Pagamento por Serviços Ambientais (PSA) na Universidade de Santa Cruz do Sul (Unisc) e ocorreu o lançamento do Centro Socioambiental Unisc (@socioambientalunisc).

A programação ocorreu durante todo o dia com representantes de órgãos governamentais, instituições acadêmicas, empresas e comunidade local para discutir diferentes iniciativas de PSA no Estado. Incluiu mesas redondas, palestras e debates sobre temas relevantes para o setor ambiental e de recursos hídricos. 

Pela manhã, durante o lançamento do Centro, o reitor da Unisc, Rafael Frederico Henn, falou sobre a Universidade ser comunitária. “Nós somos uma Instituição Comunitária. O modelo comunitário, ele tem que ser preservado e fortalecido. E o que é uma instituição comunitária de uma forma muito breve? Como o próprio nome diz, ela surgiu da sociedade. Aqui em Santa Cruz do Sul, há 62 anos, onde as lideranças locais não queriam mais que seus filhos saíssem da cidade para estudar, e começaram com alguns cursos. Inicialmente Ciências Contábeis que, na semana passada, completou 60 anos de oferta. E ao longo da história nós fomos preenchendo, em todas as áreas do conhecimento, com mais cursos. A instituição comunitária faz isso: ela não tem recursos públicos, nós somos uma instituição de uma finalidade pública, mas nós somos de direito privado. O que significa isso? Todo o resultado gerado no final de cada exercício, ele é revertido para a sociedade através do ensino, da pesquisa, da extensão e da inovação”, explica.

Conforme o reitor, estar no centro de uma discussão tão importante, como o PSA, é trazer luz através da ciência. “Estas discussões, estar em uma universidade, me parece que nós estamos cumprindo o nosso papel levando ciência neste sistema tão sensível. Para finalizar, parabéns a todos vocês que estão organizando. Dia 22 de abril de 2025 estaremos aqui ou em algum outro local  vendo muitos atores da nossa sociedade de mãos dadas, discutindo o PSA. E nós, na Universidade, queremos estar juntos em todas as discussões. Então, está lançado o nosso Centro Socioambiental Unisc, que tem como objetivo juntar várias pesquisas e iniciativas que já existiam na Universidade, mas para deixar isto de uma forma unificada e para potencializar as ações futuras.”

Fotos: Bruna Lovato/Unisc

Reitor FotoBrunaLovatoPara o reitor, estar no centro de uma discussão tão importante, como o PSA, é trazer luz através da ciência


“Quando falamos do mecanismo de PSA estamos justamente falando da utilização e da otimização das soluções baseadas na natureza”

Antes do lançamento do Centro Socioambiental, o professor do Curso de Engenharia Ambiental da Unisc, coordenador técnico pela Unisc do Programa Protetor das Águas de Vera Cruz e também dos programas de PSA da prefeitura de Santa Cruz do Sul e Corsan e um dos organizadores do Seminário, Marcelo Luís Kronbauer, explicou sobre como funciona o PSA, desde a escolha pela área em que será feito o trabalho, até a conversa com os moradores de áreas ribeirinhas. Atualmente, a Unisc tem parceria com os municípios de Santa Cruz do Sul, Vera Cruz e Venâncio Aires. 

“A magnitude dos eventos climáticos que nós temos, nós nem vimos, talvez. Tivemos agora, em 2023, um perfeito exemplo disso: no início de 2023 o fim de um período de estiagem extremamente prolongado, com prejuízos nas casas dos bilhões. Meses depois vamos para um outro cenário de eventos extremos, com chuvas acumuladas, é outro contexto. Percebam que nós vamos ter que, hoje, trabalhar neste modelo. E quando falamos do mecanismo de PSA, como uma estratégia para revitalização de bacias, estamos justamente falando da utilização e da otimização das soluções baseadas na natureza, otimizar estes mecanismos nas bacias hidrográficas, darmos mais resiliência a elas, de uma forma ou de outra, promovermos a infiltração de água no solo, conseguirmos proteger nascentes, proteger áreas ripárias, que têm uma importância ambiental gigantesca. O que nós pagamos aos produtores é uma fração do benefício que elas nos trazem.”

Para ele, estar discutindo um cenário futuro é muito importante, pois percebemos o quanto os projetos de PSA conversam com outro fator muito importante, que muitas vezes passa despercebido. “Nós focamos muito na água. Nós queremos mais água em quantidade e qualidade, mas isto depende da biodiversidade e este é um ponto crucial. Começamos a entender que, às vezes, a presença de uma espécie traz um benefício e efeito cascata gigantesco para o ecossistema como um todo. Isto é muito difícil de mensurar e durante muito tempo isso foi ignorado: como a presença de um predador de topo de cadeia, por exemplo, pode influenciar todo um ecossistema, inclusive trazendo benefícios hídricos.”

Segundo o professor, não se vai falar em PSA no futuro, sem olhar para a questão da água, mas também para a questão da biodiversidade. “Estamos dando continuidade aos monitoramentos de biodiversidade em Vera Cruz e vamos estender isso aos outros projetos. Estamos percebendo como estes corredores, que estamos formando, trazem benefícios para a biodiversidade daquela região. Isto é espetacular! Estamos falando de animais ameaçados de extinção, predadores de topo, não temos onças ainda, mas já temos jaguatiricas transitando em áreas vegetais”, complementa.

Marcelo FotoBrunaLovatoMarcelo: "não se vai falar em PSA no futuro, sem olhar para a questão da água, mas também para a questão da biodiversidade"


Saiba mais

Nesta terça-feira, 23, o último dia de programação será voltado para os produtores de PSA de Vera Cruz. Às 9 horas, inicia a palestra sobre conservação de solos, com Consuelo Franco Marra e Vera Maria da Costa Nascimento, da Agência Nacional de Águas e Saneamento (ANA) e José Denardin, da Embrapa. A atividade ocorre no Auditório Central da Unisc, de forma gratuita.

Abertura FotoBrunaLovato

Publico FotoBrunaLovato

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Na programação, ocorreu ainda o lançamento do Centro Socioambiental Unisc

A segunda-feira, 22, marca o Dia da Terra. É também o dia em que foi realizado o 1º Seminário Gaúcho de Pagamento por Serviços Ambientais (PSA) na Universidade de Santa Cruz do Sul (Unisc) e ocorreu o lançamento do Centro Socioambiental Unisc (@socioambientalunisc).

A programação ocorreu durante todo o dia com representantes de órgãos governamentais, instituições acadêmicas, empresas e comunidade local para discutir diferentes iniciativas de PSA no Estado. Incluiu mesas redondas, palestras e debates sobre temas relevantes para o setor ambiental e de recursos hídricos. 

Pela manhã, durante o lançamento do Centro, o reitor da Unisc, Rafael Frederico Henn, falou sobre a Universidade ser comunitária. “Nós somos uma Instituição Comunitária. O modelo comunitário, ele tem que ser preservado e fortalecido. E o que é uma instituição comunitária de uma forma muito breve? Como o próprio nome diz, ela surgiu da sociedade. Aqui em Santa Cruz do Sul, há 62 anos, onde as lideranças locais não queriam mais que seus filhos saíssem da cidade para estudar, e começaram com alguns cursos. Inicialmente Ciências Contábeis que, na semana passada, completou 60 anos de oferta. E ao longo da história nós fomos preenchendo, em todas as áreas do conhecimento, com mais cursos. A instituição comunitária faz isso: ela não tem recursos públicos, nós somos uma instituição de uma finalidade pública, mas nós somos de direito privado. O que significa isso? Todo o resultado gerado no final de cada exercício, ele é revertido para a sociedade através do ensino, da pesquisa, da extensão e da inovação”, explica.

Conforme o reitor, estar no centro de uma discussão tão importante, como o PSA, é trazer luz através da ciência. “Estas discussões, estar em uma universidade, me parece que nós estamos cumprindo o nosso papel levando ciência neste sistema tão sensível. Para finalizar, parabéns a todos vocês que estão organizando. Dia 22 de abril de 2025 estaremos aqui ou em algum outro local  vendo muitos atores da nossa sociedade de mãos dadas, discutindo o PSA. E nós, na Universidade, queremos estar juntos em todas as discussões. Então, está lançado o nosso Centro Socioambiental Unisc, que tem como objetivo juntar várias pesquisas e iniciativas que já existiam na Universidade, mas para deixar isto de uma forma unificada e para potencializar as ações futuras.”

Fotos: Bruna Lovato/Unisc

Reitor FotoBrunaLovatoPara o reitor, estar no centro de uma discussão tão importante, como o PSA, é trazer luz através da ciência


“Quando falamos do mecanismo de PSA estamos justamente falando da utilização e da otimização das soluções baseadas na natureza”

Antes do lançamento do Centro Socioambiental, o professor do Curso de Engenharia Ambiental da Unisc, coordenador técnico pela Unisc do Programa Protetor das Águas de Vera Cruz e também dos programas de PSA da prefeitura de Santa Cruz do Sul e Corsan e um dos organizadores do Seminário, Marcelo Luís Kronbauer, explicou sobre como funciona o PSA, desde a escolha pela área em que será feito o trabalho, até a conversa com os moradores de áreas ribeirinhas. Atualmente, a Unisc tem parceria com os municípios de Santa Cruz do Sul, Vera Cruz e Venâncio Aires. 

“A magnitude dos eventos climáticos que nós temos, nós nem vimos, talvez. Tivemos agora, em 2023, um perfeito exemplo disso: no início de 2023 o fim de um período de estiagem extremamente prolongado, com prejuízos nas casas dos bilhões. Meses depois vamos para um outro cenário de eventos extremos, com chuvas acumuladas, é outro contexto. Percebam que nós vamos ter que, hoje, trabalhar neste modelo. E quando falamos do mecanismo de PSA, como uma estratégia para revitalização de bacias, estamos justamente falando da utilização e da otimização das soluções baseadas na natureza, otimizar estes mecanismos nas bacias hidrográficas, darmos mais resiliência a elas, de uma forma ou de outra, promovermos a infiltração de água no solo, conseguirmos proteger nascentes, proteger áreas ripárias, que têm uma importância ambiental gigantesca. O que nós pagamos aos produtores é uma fração do benefício que elas nos trazem.”

Para ele, estar discutindo um cenário futuro é muito importante, pois percebemos o quanto os projetos de PSA conversam com outro fator muito importante, que muitas vezes passa despercebido. “Nós focamos muito na água. Nós queremos mais água em quantidade e qualidade, mas isto depende da biodiversidade e este é um ponto crucial. Começamos a entender que, às vezes, a presença de uma espécie traz um benefício e efeito cascata gigantesco para o ecossistema como um todo. Isto é muito difícil de mensurar e durante muito tempo isso foi ignorado: como a presença de um predador de topo de cadeia, por exemplo, pode influenciar todo um ecossistema, inclusive trazendo benefícios hídricos.”

Segundo o professor, não se vai falar em PSA no futuro, sem olhar para a questão da água, mas também para a questão da biodiversidade. “Estamos dando continuidade aos monitoramentos de biodiversidade em Vera Cruz e vamos estender isso aos outros projetos. Estamos percebendo como estes corredores, que estamos formando, trazem benefícios para a biodiversidade daquela região. Isto é espetacular! Estamos falando de animais ameaçados de extinção, predadores de topo, não temos onças ainda, mas já temos jaguatiricas transitando em áreas vegetais”, complementa.

Marcelo FotoBrunaLovatoMarcelo: "não se vai falar em PSA no futuro, sem olhar para a questão da água, mas também para a questão da biodiversidade"


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Nesta terça-feira, 23, o último dia de programação será voltado para os produtores de PSA de Vera Cruz. Às 9 horas, inicia a palestra sobre conservação de solos, com Consuelo Franco Marra e Vera Maria da Costa Nascimento, da Agência Nacional de Águas e Saneamento (ANA) e José Denardin, da Embrapa. A atividade ocorre no Auditório Central da Unisc, de forma gratuita.

Abertura FotoBrunaLovato

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