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Evento nessa quinta contou um pouco da trajetória de pesquisa da Universidade

Em comemoração ao Dia da Ciência e do Pesquisador, a Universidade de Santa Cruz do Sul (Unisc) realizou o evento intitulado "30 Anos de Iniciação Científica na Unisc: Experiências e Perspectivas". A atividade reuniu ex-bolsistas e bolsista com relato de experiências e perspectivas futuras em relação à pesquisa, com mediação do professor do Programa de Pós-Graduação Mestrado e Doutorado em Desenvolvimento Regional da Unisc Rogério Leandro da Silveira. 

Na abertura, a vice-reitora da Unisc, Andreia Rosane de Moura Valim, falou sobre a importância de comemorar o Dia do Pesquisador. “A pesquisa, num sentido mais amplo, é um conjunto de atividades que têm por finalidade a descoberta de novos conhecimentos, sejam científicos, literários ou artísticos. A Unisc orgulha-se por ter contribuído para a transformação do Vale do Rio Pardo em um polo de excelência em pesquisa com atividades alicerçadas na graduação. A Iniciação Científica marca a jornada na formação de um graduando de uma maneira muito particular. O olhar que um graduando tem ao se debruçar no projeto de pesquisa, no projeto que busque o aprofundamento, o reconhecimento de um tema, enquanto algo que precisa e deve ser olhado, deve ser entendido e, a partir disso, ampliado o conhecimento, e muda muito o olhar de quem está no processo de formação.”

Também falou sobre as atividades de pesquisa alicerçadas nas ações da pós-graduação. “Sempre vou lembrar, é um orgulho para a Unisc o tamanho que somos: ter 9 programas de pós-graduação, 6 deles com mestrado e doutorado em diferentes áreas do conhecimento. Aqui nesse auditório nós temos pessoas que fizeram parte da intencionalidade que nos tornaram Universidade, de criar o primeiro Programa de Pós-Graduação em Desenvolvimento Regional e depois os demais programas que surgiram. Com esse alicerce da graduação, da pós-graduação, da docência, nós destacamos porque somos importantes na região do Vale do Rio Pardo, e vamos para mais. Sabemos que a Unisc tem significado na produção do conhecimento, na formação de pessoas, na produção de inovação dentro do âmbito regional, dentro do âmbito estadual, nacional e também pelas nossas ações de internacionalização.”

Em seguida, o professor Rogério abriu a conversa e relembrou os primeiros passos da Universidade na Iniciação Científica. “A primeira Mostra de Iniciação Científica, lá em 1994, com a primeira cota de bolsa do CNPq. Na época nós não tínhamos programas de iniciação, nós tínhamos monitoria de ensino, a Universidade recém criada, e um desafio imenso pela frente. Com muito empenho de todos, com dedicação, foi se construindo os programas de iniciação da Universidade. Primeiro ampliando as cotas de bolsa da Fapergs, do CNPq, muito importante foi o próprio comitê de avaliação externa, que nos auxiliou a qualificar, desenvolvendo a pesquisa e a extensão, depois vieram os programas de iniciação da pesquisa, da extensão, os programas de iniciação tecnológica, tão importantes agora com o TecnoUnisc. A universidade tem uma linda trajetória de Iniciação Científica, que merece ser sempre relembrada, valorizada e cultivada. E nada mais justo e importante do que dar voz aos atores, aos protagonistas dessa trajetória. Nós temos a satisfação de ver aqui três gerações de bolsistas de iniciação, que desempenharam e que vem desempenhando atividades de pesquisa em diferentes níveis de engajamento e de áreas do conhecimento.” 

O professor então apresentou os palestrantes do dia: a egressa e ex-bolsista do Curso de Direito da Unisc, atualmente professora do Programa de Pós-Graduação Mestrado e Doutorado em Direito da Unisc, Mônia Clarissa Hennig Leal; do ex-bolsista e egresso do Curso de Engenharia Ambiental da Unisc, egresso do Programa de Pós Graduação em Tecnologia Ambiental e atualmente analista de desenvolvimento de negócios na Sustainea, Gleison de Souza Celente; e o bolsista de inovação tecnológica e acadêmico do Curso de Medicina da Unisc, Nikolas Mateus Pereira de Souza, que recebeu o Prêmio Pesquisador Gaúcho 2023, na categoria Jovem Pesquisador em Graduação. 

Mônia foi a primeira que falou e agradeceu o apoio da Universidade para que os Programas de Iniciação Científica pudessem acontecer. “O incentivo para a pesquisa dentro do ambiente universitário como aposta, como proposta identificadora é fundamental, isso faz toda a diferença. Eu me lembrei, com muita clareza, do dia que a Unisc se tornou Universidade. Eu não era aluna da Universidade, ainda, mas eu lembro que começaram a passar os ônibus enfeitados com balões, buzinando. Foi um momento impactante, mas em momento algum eu tive a dimensão do que aquilo significaria na minha vida e da repercussão que aquilo teria, porque afinal de contas, dois anos depois, eu ingressei pelo vestibular na Universidade e daqui não sai mais ou como aluna, como mestranda, como professora, como pesquisadora, enfim, aqui fiquei e lá já se vão 30 anos.”

Mônia lembra que no começo do Curso de Direito recebeu a proposta para uma bolsa de Iniciação Científica, fazendo tradução no laboratório. Logo na sequência, no semestre seguinte, surgiu uma bolsa de Iniciação Científica do CNPq, em um projeto do professor Rogério Leal, que na época trabalhava com direito urbanístico, direito à cidade. “Lembro que comecei a ter as orientações, a experiência de fazer fichamento e o primeiro livro que fichei na minha vida foi A Cidade na História, de Lewis Mumford, dois volumes, quase 900 páginas, em ficha de papel, até existia computador na época, mas não se tinha institucionalizado o uso”, relembra.

Em seguida, Gleison contou que a trajetória dele na pesquisa não foi planejada, simplesmente aconteceu. “Em 2012 eu consegui uma bolsa de estudos do programa Ciência Sem Fronteiras, que tinha a intenção de enviar os alunos para passar um ano em uma universidade do exterior. Eu acabei indo para a Universidade de Waterloo, no Canadá. Até então, eu nunca tinha trabalhado na pesquisa, nem passava na minha cabeça isso, porque eu trabalhava na indústria. Lá eu trabalhei no Departamento de Química com a pesquisa e tratamento de efluentes de indústria alimentícia e foi totalmente diferente do que eu estava acostumado, mas foi uma experiência que, embora tenha sido muito desafiadora, eu tive que desenvolver habilidades que eu nunca precisei antes, mas mudou totalmente a minha carreira, mudou totalmente eu como pessoa. Tanto que quando eu retornei acabei decidindo continuar na pesquisa e iniciei o mestrado aqui na Unisc. Depois, eu fiquei um ano fora para tentar outras experiências. Também não consegui ficar muito tempo longe da pesquisa e retornei para o doutorado, como bolsista, e consegui a bolsa para o Programa de Doutorado Sanduíche. Fiz parte da minha pesquisa universitária na Universidade de Greenwich, na Inglaterra, e foi uma experiência incrível com resultados que nós obtivemos, artigos que nós publicamos em colaboração, congressos que nós participamos, entre outros.”

Já o estudante de Medicina e de Matemática Nikolas, que recebeu o Prêmio Pesquisador Gaúcho 2023, na categoria Jovem Pesquisador em Graduação, falou sobre ainda não ter tanta experiência como Mônia e Gleison, mas apontou como foi até entrar na Iniciação Científica, justamente para levar algumas reflexões sobre o futuro da ciência e da pesquisa e como que isso está sendo incentivado dentro do próprio Ensino Médio nas escolas. “Eu vim de escola pública e lá, eu que sou mais da área de biologia, química, física, matemática, não tive uma preparação formal. E o que é mais assustador é que eu nunca ouvi falar em Iniciação Científica no Ensino Médio. E eu já tinha várias ideias, eu já estudava matemática que era a única maneira que eu conseguia pesquisar, sem necessariamente ter investimento, pois no papel conseguia desenvolver a matemática.”

Foi então que quando ele entrou no Curso de Medicina, durante a tutoria, ele procurou o professor Alexandre Rieger. “Eu sempre fui mais tímido e não conseguia falar na tutoria. Eu disse para ele que já estudava física, já estudava matemática, que não necessariamente são tópicos que vão emergir dentro da discussão da área médica. Falei que eu já tinha umas ideias sobre degradação do plástico de um modo biológico e ele viu que eu tinha um conhecimento além daquilo que hoje vemos na medicina. E o mais importante dessa história foi ter achado também alguém que acredita nas minhas ideias malucas. Alguém que, efetivamente, vai depositar as ferramentas para isso. Então, imagine, eu fui de alguém que não tinha nem noção da Iniciação Científica e achei alguém que colocou credibilidade naquilo e me oportunizou potencializar minhas habilidades. Eu faço essa menção direta, porque tudo o que eu sou até agora eu devo, de certo modo, ao doutor Alexandre Rieger. Muito obrigado.”

Nikolas hoje desenvolve pesquisas como bolsista de Iniciação Científica do Programa Institucional de Bolsas de Iniciação em Desenvolvimento Tecnológico e Inovação do Conselho Nacional de Pesquisa (PIBITI-CNPQ) vinculadas aos seguintes projetos sob coordenação do professor Alexandre Rieger: Novas tecnologias e identificação de biomarcadores para condições sensíveis à atenção primária em saúde; e Investigação analítica em biofluidos de novos biomarcadores metainflamatórios.  

O objetivo dos projetos é desenvolver métodos analíticos rápidos, de baixo custo, sem reagentes e não invasivos para serem aplicados na triagem, diagnóstico ou como ferramenta prognóstica de condições sensíveis à Atenção Primária em Saúde. Essas condições incluem principalmente doenças inflamatórias crônicas de origem metabólica, como diabetes, obesidade, dislipidemia e síndrome metabólica. Entretanto, também investigam o potencial do método para triagem do câncer de mama, onde já obtiveram resultados satisfatórios para serem aplicados na prática clínica em breve. 

Saiba mais

A comemoração da 30ª edição do Seminário de Iniciação Científica se estende até outubro com a V Mostra de Extensão, Ciência e Tecnologia, que ocorrerá de 29 de outubro a 1º de novembro. Nos meses que seguem, a Direção de Extensão, Pesquisa e Pós-Graduação Stricto Sensu planeja coletar depoimentos de bolsistas e ex-bolsistas para compor uma galeria no site institucional, como também publicar uma série de entrevistas com ex-gestores da pesquisa, pró-reitores e coordenadores, para o registro de suas contribuições e fatos marcantes nessas três décadas de pesquisa na Unisc.  

Interessados em enviar seu relato de experiência como bolsista e que queiram participar desta galeria de depoimentos, envie um e-mail para pesquisa@unisc.br com o seu relato.

Fotos: Bruna Lovato/Unisc

Gleison Monia Rogerio Nikolas FotoBrunaLovato

Gleison, Mônia, Rogério e Nikolas

Andreia Valim FotoBrunaLovato

Andreia: "A Unisc orgulha-se por ter contribuído para a transformação do Vale do Rio Pardo em um polo de excelência em pesquisa"

 

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Evento nessa quinta contou um pouco da trajetória de pesquisa da Universidade

Em comemoração ao Dia da Ciência e do Pesquisador, a Universidade de Santa Cruz do Sul (Unisc) realizou o evento intitulado "30 Anos de Iniciação Científica na Unisc: Experiências e Perspectivas". A atividade reuniu ex-bolsistas e bolsista com relato de experiências e perspectivas futuras em relação à pesquisa, com mediação do professor do Programa de Pós-Graduação Mestrado e Doutorado em Desenvolvimento Regional da Unisc Rogério Leandro da Silveira. 

Na abertura, a vice-reitora da Unisc, Andreia Rosane de Moura Valim, falou sobre a importância de comemorar o Dia do Pesquisador. “A pesquisa, num sentido mais amplo, é um conjunto de atividades que têm por finalidade a descoberta de novos conhecimentos, sejam científicos, literários ou artísticos. A Unisc orgulha-se por ter contribuído para a transformação do Vale do Rio Pardo em um polo de excelência em pesquisa com atividades alicerçadas na graduação. A Iniciação Científica marca a jornada na formação de um graduando de uma maneira muito particular. O olhar que um graduando tem ao se debruçar no projeto de pesquisa, no projeto que busque o aprofundamento, o reconhecimento de um tema, enquanto algo que precisa e deve ser olhado, deve ser entendido e, a partir disso, ampliado o conhecimento, e muda muito o olhar de quem está no processo de formação.”

Também falou sobre as atividades de pesquisa alicerçadas nas ações da pós-graduação. “Sempre vou lembrar, é um orgulho para a Unisc o tamanho que somos: ter 9 programas de pós-graduação, 6 deles com mestrado e doutorado em diferentes áreas do conhecimento. Aqui nesse auditório nós temos pessoas que fizeram parte da intencionalidade que nos tornaram Universidade, de criar o primeiro Programa de Pós-Graduação em Desenvolvimento Regional e depois os demais programas que surgiram. Com esse alicerce da graduação, da pós-graduação, da docência, nós destacamos porque somos importantes na região do Vale do Rio Pardo, e vamos para mais. Sabemos que a Unisc tem significado na produção do conhecimento, na formação de pessoas, na produção de inovação dentro do âmbito regional, dentro do âmbito estadual, nacional e também pelas nossas ações de internacionalização.”

Em seguida, o professor Rogério abriu a conversa e relembrou os primeiros passos da Universidade na Iniciação Científica. “A primeira Mostra de Iniciação Científica, lá em 1994, com a primeira cota de bolsa do CNPq. Na época nós não tínhamos programas de iniciação, nós tínhamos monitoria de ensino, a Universidade recém criada, e um desafio imenso pela frente. Com muito empenho de todos, com dedicação, foi se construindo os programas de iniciação da Universidade. Primeiro ampliando as cotas de bolsa da Fapergs, do CNPq, muito importante foi o próprio comitê de avaliação externa, que nos auxiliou a qualificar, desenvolvendo a pesquisa e a extensão, depois vieram os programas de iniciação da pesquisa, da extensão, os programas de iniciação tecnológica, tão importantes agora com o TecnoUnisc. A universidade tem uma linda trajetória de Iniciação Científica, que merece ser sempre relembrada, valorizada e cultivada. E nada mais justo e importante do que dar voz aos atores, aos protagonistas dessa trajetória. Nós temos a satisfação de ver aqui três gerações de bolsistas de iniciação, que desempenharam e que vem desempenhando atividades de pesquisa em diferentes níveis de engajamento e de áreas do conhecimento.” 

O professor então apresentou os palestrantes do dia: a egressa e ex-bolsista do Curso de Direito da Unisc, atualmente professora do Programa de Pós-Graduação Mestrado e Doutorado em Direito da Unisc, Mônia Clarissa Hennig Leal; do ex-bolsista e egresso do Curso de Engenharia Ambiental da Unisc, egresso do Programa de Pós Graduação em Tecnologia Ambiental e atualmente analista de desenvolvimento de negócios na Sustainea, Gleison de Souza Celente; e o bolsista de inovação tecnológica e acadêmico do Curso de Medicina da Unisc, Nikolas Mateus Pereira de Souza, que recebeu o Prêmio Pesquisador Gaúcho 2023, na categoria Jovem Pesquisador em Graduação. 

Mônia foi a primeira que falou e agradeceu o apoio da Universidade para que os Programas de Iniciação Científica pudessem acontecer. “O incentivo para a pesquisa dentro do ambiente universitário como aposta, como proposta identificadora é fundamental, isso faz toda a diferença. Eu me lembrei, com muita clareza, do dia que a Unisc se tornou Universidade. Eu não era aluna da Universidade, ainda, mas eu lembro que começaram a passar os ônibus enfeitados com balões, buzinando. Foi um momento impactante, mas em momento algum eu tive a dimensão do que aquilo significaria na minha vida e da repercussão que aquilo teria, porque afinal de contas, dois anos depois, eu ingressei pelo vestibular na Universidade e daqui não sai mais ou como aluna, como mestranda, como professora, como pesquisadora, enfim, aqui fiquei e lá já se vão 30 anos.”

Mônia lembra que no começo do Curso de Direito recebeu a proposta para uma bolsa de Iniciação Científica, fazendo tradução no laboratório. Logo na sequência, no semestre seguinte, surgiu uma bolsa de Iniciação Científica do CNPq, em um projeto do professor Rogério Leal, que na época trabalhava com direito urbanístico, direito à cidade. “Lembro que comecei a ter as orientações, a experiência de fazer fichamento e o primeiro livro que fichei na minha vida foi A Cidade na História, de Lewis Mumford, dois volumes, quase 900 páginas, em ficha de papel, até existia computador na época, mas não se tinha institucionalizado o uso”, relembra.

Em seguida, Gleison contou que a trajetória dele na pesquisa não foi planejada, simplesmente aconteceu. “Em 2012 eu consegui uma bolsa de estudos do programa Ciência Sem Fronteiras, que tinha a intenção de enviar os alunos para passar um ano em uma universidade do exterior. Eu acabei indo para a Universidade de Waterloo, no Canadá. Até então, eu nunca tinha trabalhado na pesquisa, nem passava na minha cabeça isso, porque eu trabalhava na indústria. Lá eu trabalhei no Departamento de Química com a pesquisa e tratamento de efluentes de indústria alimentícia e foi totalmente diferente do que eu estava acostumado, mas foi uma experiência que, embora tenha sido muito desafiadora, eu tive que desenvolver habilidades que eu nunca precisei antes, mas mudou totalmente a minha carreira, mudou totalmente eu como pessoa. Tanto que quando eu retornei acabei decidindo continuar na pesquisa e iniciei o mestrado aqui na Unisc. Depois, eu fiquei um ano fora para tentar outras experiências. Também não consegui ficar muito tempo longe da pesquisa e retornei para o doutorado, como bolsista, e consegui a bolsa para o Programa de Doutorado Sanduíche. Fiz parte da minha pesquisa universitária na Universidade de Greenwich, na Inglaterra, e foi uma experiência incrível com resultados que nós obtivemos, artigos que nós publicamos em colaboração, congressos que nós participamos, entre outros.”

Já o estudante de Medicina e de Matemática Nikolas, que recebeu o Prêmio Pesquisador Gaúcho 2023, na categoria Jovem Pesquisador em Graduação, falou sobre ainda não ter tanta experiência como Mônia e Gleison, mas apontou como foi até entrar na Iniciação Científica, justamente para levar algumas reflexões sobre o futuro da ciência e da pesquisa e como que isso está sendo incentivado dentro do próprio Ensino Médio nas escolas. “Eu vim de escola pública e lá, eu que sou mais da área de biologia, química, física, matemática, não tive uma preparação formal. E o que é mais assustador é que eu nunca ouvi falar em Iniciação Científica no Ensino Médio. E eu já tinha várias ideias, eu já estudava matemática que era a única maneira que eu conseguia pesquisar, sem necessariamente ter investimento, pois no papel conseguia desenvolver a matemática.”

Foi então que quando ele entrou no Curso de Medicina, durante a tutoria, ele procurou o professor Alexandre Rieger. “Eu sempre fui mais tímido e não conseguia falar na tutoria. Eu disse para ele que já estudava física, já estudava matemática, que não necessariamente são tópicos que vão emergir dentro da discussão da área médica. Falei que eu já tinha umas ideias sobre degradação do plástico de um modo biológico e ele viu que eu tinha um conhecimento além daquilo que hoje vemos na medicina. E o mais importante dessa história foi ter achado também alguém que acredita nas minhas ideias malucas. Alguém que, efetivamente, vai depositar as ferramentas para isso. Então, imagine, eu fui de alguém que não tinha nem noção da Iniciação Científica e achei alguém que colocou credibilidade naquilo e me oportunizou potencializar minhas habilidades. Eu faço essa menção direta, porque tudo o que eu sou até agora eu devo, de certo modo, ao doutor Alexandre Rieger. Muito obrigado.”

Nikolas hoje desenvolve pesquisas como bolsista de Iniciação Científica do Programa Institucional de Bolsas de Iniciação em Desenvolvimento Tecnológico e Inovação do Conselho Nacional de Pesquisa (PIBITI-CNPQ) vinculadas aos seguintes projetos sob coordenação do professor Alexandre Rieger: Novas tecnologias e identificação de biomarcadores para condições sensíveis à atenção primária em saúde; e Investigação analítica em biofluidos de novos biomarcadores metainflamatórios.  

O objetivo dos projetos é desenvolver métodos analíticos rápidos, de baixo custo, sem reagentes e não invasivos para serem aplicados na triagem, diagnóstico ou como ferramenta prognóstica de condições sensíveis à Atenção Primária em Saúde. Essas condições incluem principalmente doenças inflamatórias crônicas de origem metabólica, como diabetes, obesidade, dislipidemia e síndrome metabólica. Entretanto, também investigam o potencial do método para triagem do câncer de mama, onde já obtiveram resultados satisfatórios para serem aplicados na prática clínica em breve. 

Saiba mais

A comemoração da 30ª edição do Seminário de Iniciação Científica se estende até outubro com a V Mostra de Extensão, Ciência e Tecnologia, que ocorrerá de 29 de outubro a 1º de novembro. Nos meses que seguem, a Direção de Extensão, Pesquisa e Pós-Graduação Stricto Sensu planeja coletar depoimentos de bolsistas e ex-bolsistas para compor uma galeria no site institucional, como também publicar uma série de entrevistas com ex-gestores da pesquisa, pró-reitores e coordenadores, para o registro de suas contribuições e fatos marcantes nessas três décadas de pesquisa na Unisc.  

Interessados em enviar seu relato de experiência como bolsista e que queiram participar desta galeria de depoimentos, envie um e-mail para pesquisa@unisc.br com o seu relato.

Fotos: Bruna Lovato/Unisc

Gleison Monia Rogerio Nikolas FotoBrunaLovato

Gleison, Mônia, Rogério e Nikolas

Andreia Valim FotoBrunaLovato

Andreia: "A Unisc orgulha-se por ter contribuído para a transformação do Vale do Rio Pardo em um polo de excelência em pesquisa"

 

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