Na última reportagem, os entrevistados são o Diretor de Pesquisa e Pós-Graduação Stricto Sensu, Adilson Ben da Costa; a pró-reitora Acadêmica, Chana de Medeiros; e a diretora de Extensão e Formação Continuada, Caroline Bitencourt
Neste ano, a Universidade de Santa Cruz do Sul (Unisc) comemora 30 anos de Iniciação Científica. Nestas três décadas, diversas são as histórias e lutas para que a Universidade conquistasse o patamar de excelência.
Na última reportagem sobre o tema, os entrevistados são o diretor de Pesquisa e Pós-Graduação Stricto Sensu, Adilson Ben da Costa; a pró-reitora Acadêmica, Chana de Medeiros da Silva; e a diretora de Extensão e Formação Continuada, Caroline Muller Bitencourt.
Adilson Ben da Costa participou do 1º Seminário de Iniciação Científica como estudante. Formado em Química Industrial e em Química Licenciatura. Ele era funcionário da Central Analítica da Unisc e atuava como bolsista voluntário também, desenvolvendo alguns projetos com o professor Eduardo Lobo. “Fui convidado para conduzir a parte analítica do estudo. E para nós foi bom, porque o projeto tinha recursos para compra de equipamentos, de insumos para a pesquisa. O projeto tinha como objetivo o monitoramento da qualidade da água do Arroio Sampaio, em Mato Leitão, então eu saía cedo, uma vez por mês, durante dois anos, passava o dia coletando amostras e depois analisava essas amostras no laboratório. Nós mesmos montamos o método de análise, implementamos e testamos.”
Para ele, participar do Seminário foi uma experiência diferente e importante por conseguir apresentar os dados e fazer com que as pessoas entendessem o projeto. “Sentar na frente de pessoas de fora da Unisc, dos teus professores, colegas e apresentar um trabalho que tu fez assusta um pouco, mas foi um momento rico.”
Passados 30 anos, Adilson diz que, agora na gestão, é possível ter uma melhor noção do que é pesquisa, extensão e inovação. “Saí da minha área de atuação, do meu curso, e começo a conhecer mais e olhar para as mais diversas áreas e ver como elas são importantes para a sociedade, cada uma com as suas especificidades. É um outro tipo de envolvimento. Hoje, muitas dessas ações que a Universidade tem como extensão, partem de projetos de pesquisa exaltando o ideal comunitário da Unisc.”
Para ele, a Iniciação Científica traz uma bagagem de conhecimento adicional para o aluno. “Às vezes, por exemplo, o aluno que é da área de Direito, acaba trabalhando com um grupo de pesquisa na área Ambiental e foca nas ações de Direito estudadas por ele, com o que ele conhece de Direito Ambiental. Se consegue linkar vários programas e vários grupos de pesquisa diferentes e mostrar que a Universidade é muito mais do que sala de aula.”
Diretor de Pesquisa e Pós-Graduação Stricto Sensu, Adilson Ben da Costa
Iniciação Científica transforma o estudante
Ver a evolução e a qualificação do estudante é o que mais marca a pró-reitora Acadêmica, Chana de Medeiros da Silva, quando se fala em Iniciação Científica. Em sala de aula, o aluno tem a possibilidade de conhecer e desenvolver um conjunto de competências definidas para cada módulo/disciplina.
“Já um estudante que se propõe a explorar as possibilidades da universidade para além da sala de aula e que decide participar da iniciação científica, atuando em projetos de pesquisa e inovação ou ainda atuando na extensão, se transforma. Ele amplia os conhecimentos adquiridos e consegue aplicar esse conhecimento, desenvolvendo novas habilidades e competências. Essa evolução é extremamente importante, pois qualifica e diferencia este estudante, tornando um profissional diferenciado para atuar no mercado de trabalho; além disso, durante este percurso, já consegue desenvolver uma produção científica e aprimorar seu currículo. Já coordenei vários projetos de extensão, de pesquisa, envolvendo a pesquisa básica e também projetos de inovação, onde orientei estudantes de cursos de graduação, e pude acompanhar a evolução deles. Então, o que mais me toca é poder proporcionar, por meio da universidade, esse ambiente de articulação entre ensino, pesquisa e extensão, um tripé que fortalece toda a nossa comunidade e, principalmente, diferencia o estudante e futuro profissional para o mercado de trabalho.”
Atualmente, a pró-reitora está engajada em projetos de inovação, que conectam diferentes atores no seu desenvolvimento. Um exemplo é o Living Agro + Vales, projeto voltado para desenvolver tecnologias inovadoras para o agronegócio e que tem várias frentes. Uma delas é fortalecer a cadeia produtiva de plantas bioativas, criar cadeias adjacentes para diversificação de culturas. A proposta envolve as instituições de ensino, empresas parceiras, sociedade civil organizada e o Governo do Estado. “Toda essa engrenagem funciona de forma que os objetivos do projeto sejam planejados para transformar a realidade da região dos Vales, aumentando o PIB e gerando novos negócios, produtos e processos para o segmento. E ver o aluno engajado neste contexto, através da Iniciação Científica, resolvendo um problema, ajudando a pensar e construir possibilidades para aplicar na sociedade, é muito gratificante e qualifica todo o processo.”
Pró-reitora Acadêmica, Chana de Medeiros da Silva
Internacionalização traz a possibilidade de interagir com diferentes realidades
Já a diretora de Extensão e Formação Continuada, Caroline Muller Bitencourt, destaca que a pesquisa dentro da Universidade traz a possibilidade de internacionalização e interagir com diferentes realidades. Nos mais de 15 anos de trajetória acadêmica, pôde estar palestrando e ministrando aulas em outras instituições internacionais, assim como trazendo professores de outros países para que pudessem compartilhar suas pesquisas e realidades com os alunos da Unisc.
“Consolidamos toda essa trajetória ao longo de muitos anos em que a Instituição está mergulhada nessa excelência em pesquisa. Eu já estive em mais de 15 países levando a pesquisa que desenvolvemos na Unisc para fora do Brasil, confirmando parcerias importantes com universidades que são destaque no cenário internacional.”
Ela cita, como exemplo de internacionalização, que no ano passado a Unisc realizou uma atividade que, para ela, foi muito marcante: o XII Congresso Internacional de Direito Administrativo, Administração Pública, Inovação Tecnológica e Política Pública. “O evento já esteve nas grandes capitais da Itália, na Espanha, no México, na França, e conseguimos trazer, pela primeira vez para o Brasil e em Santa Cruz do Sul. Tivemos 55 palestrantes internacionais que trouxeram as suas diferentes pesquisas e geraram um grande compartilhamento de conhecimento e integração.”
Diretora de Extensão e Formação Continuada, Caroline Muller Bitencourt