1. O momento de transição
Crianças entre 10 e 13 anos enfrentam grandes desafios nesse momento da vida. O período é como se fosse um pêndulo que oscila entre o simples "não sou mais criança" até o extremo "sou grande, um adolescente". E, em meio a essa transição biológica, ocorre uma confusão natural de sentimentos e de despertencimento – já não sou criança e ainda não sou adolescente, então sou o quê?
Apelidou-se cruelmente o período de "aborrescência", por conta das diversas atitudes tomadas por esses meninos e meninas no início da puberdade. É comum responsáveis e professores destacarem comportamentos confusos, causando irritações e aborrecimentos nas casas ou nas escolas. No entanto, é importante refletir que o momento da puberdade não pode ser negligenciado nem pelos responsáveis nem pela escola. É um período de transições e de primeiras experiências, que podem ser assustadoras se não forem discutidas e consideradas naturais - parte do amadurecimento de um ser humano. Há inúmeros processos psicológicos e biológicos da infância para a adolescência, além das transformações físicas - que essas crianças adolescendo precisam lidar.
Conforme os pesquisadores Mahan e Stump (2008), a maturação corporal ocorre em um determinado momento cronológico, contudo o desenvolvimento social e emocional é mais lento. Às vezes, observamos esses meninos e meninas oscilando entre brincar de bonecos e bonecas e ocupar-se com seus primeiros amores. As associações entre a aparência, as ações e a forma que agem, levam os adultos a pensarem que o adolescente não está agindo de acordo com a idade (MAHAN; STUMP, 2008), mas está. Essa confusão de emoções trata-se de uma manifestação de busca pela independência e senso de autonomia, que ocorrerão na vida adulta. Para Shaffer (2009), inúmeras vezes, as meninas e os meninos passam a se preocupar mais com a aparência pelo fato de estarem crescendo, engordando, desenvolvendo um novo modelo corporal, podendo até ter uma imagem negativa de si mesmos nesse período. Ainda que saudáveis, a preocupação com as mudanças pode levá-los a tentar esconder suas formas utilizando-se de má postura, roupas largas ou fazendo dietas inviáveis. Esconder os sentimentos de vergonha por essas mudanças também é uma frequente. Por essas razões, o papel do professor em prover momentos de reflexão e de diálogo sobre a puberdade na sala de aula são essenciais. Também pela importância da abordagem desse tema nessa idade é que escolhemos as emoções como mote para nossas propostas de aulas.
2. Refletindo e falando sobre as emoções na sala de aula: o que a ciência fala sobre isso?
As emoções, não apenas as dos adolescentes, mas as que todos nós sentimos, permeiam todas as nossas decisões ao longo da vida, pois elas estão diretamente ligadas à nossa memória, como afirmou o médico pesquisador Iván Izquierdo. Existe uma grande importância da emoção para a sobrevivência humana, principalmente em termos de memória. A teoria das valências (teoria que considera efeitos negativos ou positivos das emoções nas nossas memórias) mostra que eventos que envolvem a emoção são melhor lembrados do que aqueles chamados neutros (SQUIRE, KANDEL, 2003). Uma aula ou um professor memorável permanecerá nas lembranças dos alunos com mais facilidade do que um professor ou aula a quem eles tenham atribuído menor vínculo afetivo, seja ele positivo ou negativo. Isso acontece porque o fator afetivo acompanha os novos eventos determinados importantes para cada indivíduo, focalizando a atenção para eles e, consequentemente, melhorando a consolidação dessa aprendizagem (PÔRTO, 2006). Por exemplo, você lembra do seu primeiro professor ou professora? Da sua primeira escola? Do seu primeiro dia de aula? De um trabalho, prova ou boletim em que você atingiu a maior nota e pode se "exibir" para seus amigos, irmãos? Você lembra de algum momento escolar em que você ficou muito triste? Repetiu o ano? Tirou uma nota baixa na prova? Todos esses momentos foram primordiais para a nossa formação.
Segundo o Dr. Izquierdo (2002), o cérebro guarda bilhões de impressões, algumas fugazes, outras que perduram a vida inteira. É exatamente isso que chamamos de memória. É ela que forma a personalidade do ser humano. Afinal, memória é a aquisição, a formação, a conservação e a evocação de informações (IZQUIERDO, 2002). É uma parte importante da cognição que abrange o armazenamento e a recuperação de experiências. É por causa dela que se retém parte do que se aprende. Quanto mais contatos temos com um determinado tema, mais chances existem de que ele permaneça nas nossas lembranças. Um exemplo disso é o vocabulário. Na primeira vez que temos contato com uma palavra, pode ser que a esqueçamos no dia seguinte. Isso ocorre porque a conexão cerebral que se formou nesse primeiro contato ainda é muito frágil. É como se fosse uma ponte fraquinha. Uma série de processos químicos e elétricos ocorrem para que aprendamos a nova palavra, mas se não tivermos mais usos desse novo termo, nossa ponte - que já é frágil - vai desaparecendo. Por isso, todas as oportunidades que oferecemos aos alunos para o uso da língua e, em particular, de um novo vocabulário, são fundamentais. A repetição, o uso em diferentes contextos, na leitura, na escrita, em diferentes gêneros textuais são tijolinhos que auxiliam a reforçar nossa ponte, isto é, nossa conexão cerebral de neurônio para neurônio. E, se formos mais longe, relacionarmos esse vocabulário novo com novas vivências, experiências antigas, a ponte que já está mais fortificada, pode virar um circuito viário imenso e rico de trajetos a serem seguidos. Nossa grande rede neuronal ou circuitaria cerebral é metaforicamente semelhante às múltiplas pontes que podemos possibilitar aos alunos. A qualidade das nossas pontes pode estar relacionada às nossas memórias emocionais.
Não existe uma única circuitaria cerebral que seja responsável pela formação, retenção e evocação das informações aprendidas. Existem várias redes neurais com milhões de interconexões que estão relacionadas aos processos de aprendizagem, como é o caso do que chamamos modulação das emoções. Lembra-se melhor e ou por mais tempo daquilo que possui uma valência afetiva maior, momentos trágicos ou muito felizes, por exemplo. Você lembra o que estava fazendo quando ocorreu o trágico ataque terrorista ao World Trade Center, nos Estados Unidos, em 11 de setembro de 2001? Muitas pessoas lembram com detalhes onde estavam, com quem estavam e o que estavam fazendo quando pararam para testemunhar esse triste episódio histórico. Ainda que não quiséssemos lembrar disso, consolidamos e temos certa facilidade de recuperar quando é solicitado.
A tristeza envolvida no episódio marcou nossa memória negativamente e não nos deixa esquecê-la. O mesmo ocorre com momentos de extrema felicidade como a formatura, o nascimento de um filho ou filha, uma festa de 15 anos, a aquisição do primeiro imóvel, a conquista do primeiro emprego. A aquisição das memórias corresponde à aprendizagem. Considera-se um evento tudo que for memorizável, como um objeto, um som, um acontecimento, um cheiro, um pensamento, uma emoção, uma sequência de movimentos (LENT, 2005).
Em tempos de pandemia, em que parte das nossas expressões faciais ficaram cobertas por máscaras, sorrimos com os olhos. E quem diria que seríamos capazes de reconhecer tantas emoções somente com o recurso dos olhos? O time de pesquisadores liderados por Breno Sanvicente-Vieira (2013) conseguiu. Eles fizeram uma versão adaptada para o português brasileiro do Teste de Leitura de Olhos, dos professores Baron-Cohen e colegas (2001). O teste oferece uma série de figuras de olhares de diferentes pessoas e pede que identifique que emoção está sendo passada por aquele olhar. Testes desse tipo ajudam pessoas a desenvolverem empatia, como é o caso de pessoas com síndromes e transtornos diversos. Para olhar a versão em português brasileiro, acesse: https://www.autismresearchcentre.com/tests/eyes-test-adult/.
É importante destacar também que nos comunicamos com o corpo todo, a denominada linguagem corporal. É interessante estarmos atentos à linguagem corporal de nossos alunos, especialmente nesta fase da vida. Qual linguagem corporal você observa nos alunos para declarar: motivação – desinteresse – irritação – dificuldade – nervosismo – medo - satisfação
Pensando na importância das emoções para a formação de boas memórias e na ampliação de vocabulário sobre o assunto para nossos alunos, e também em como essas emoções podem ser declaradas ao escrever ou ler um texto, apresentamos o material que segue. Elaboramos cinco propostas com atividades e leituras voltadas ao desenvolvimento do aluno no campo da leitura e escrita e que, ao mesmo tempo, se preocupam em explorar as percepções de mundo dessa faixa etária dos alunos.
Campo artístico-literário – Leitura/escuta (compartilhada e autônoma)
(EF35LP21) Ler e compreender, de forma autônoma, textos literários de diferentes gêneros e extensões, inclusive aqueles sem ilustrações, estabelecendo preferências por gêneros, temas, autores.
Campo artístico-literário – Análise linguística/semiótica
(EF35LP29) Identificar, em narrativas, cenário, personagem central, conflito gerador, resolução e o ponto de vista com base no qual histórias são narradas, diferenciando narrativas em primeira e terceira pessoas.
(EF05LP28) Observar, em ciberpoemas e minicontos infantis em mídia digital, os recursos multissemióticos presentes nesses textos digitais.
Todos os campos de atuação - Leitura/escuta (compartilhada e autônoma)
(EF35LP05) Inferir o sentido de palavras ou expressões desconhecidas em textos, com base no contexto da frase ou do texto.
Os sinais de pontuação são sempre importantes na comunicação escrita, pois, a partir destas pausas, avisa ao ouvinte ou ao leitor se está fazendo uma pergunta, se está zangado, se é um grito ou se é um esclarecimento. O objetivo das atividades que propomos é simples: auxiliar o aluno quanto ao uso correto dos sinais de pontuação na comunicação escrita.
Antes de aplicar as propostas, sugerimos que o professor organize os materiais e revisite textos e demais conteúdos que serão vistos em sala de aula. Como muitas atividades são complementadas com vídeos e filmes, é importante separar um tempo prévio para assistir ao conteúdo – se não for possível assistir em aula, pode-se sugerir uma atividade extraclasse.
Esta proposta traz como foco as emoções, exploradas a partir de obra cinematográfica e de obra literária, além de atividades descritivas para realização no caderno.
1. Antes da leitura
Passo 1 – Assista a animação Divertidamente (Disney & Pixar, 2015). O enredo traz abordagens sobre inteligência emocional, concentrado principalmente na mente da personagem Riley, de 11 anos, onde cinco emoções, caracterizadas por personagens de mesmo nome, se expressam: o Raiva, a Tristeza, a Nojinho, o Medo e a Alegria. Você pode assistir ao trailer no link abaixo para tomar conhecimento quanto ao conteúdo da animação.
Traga para a turma a proposta de assistir a animação para uma análise posterior do seu conteúdo, com ênfase nas emoções trazidas ao longo das cenas apresentadas, chamando a atenção dos estudantes quanto a tais aspectos trazidos no desenrolar do enredo deste longa divertido e cheio de conteúdo.
Trailer da animação “Divertidamente” (2015):
Passo 2 – Explore a temática do filme com os alunos, aplicando alguma das opções abaixo:
Opção 1 (Nuvem de palavras): Através do aplicativo, disponível em https://www.mentimeter.com é possível desenhar uma nuvem de palavras com os alunos. Provoque-os quanto à temática, peça que escolham uma emoção (pode ser no sentido de uma que sente frequentemente, para falar sobre o que sentimos). Caso não seja possível baixar o aplicativo, use a opção lista de palavras.
Opção 2: No filme, temos 5 personagens-emoções. Mas podemos pensar em outras emoções além dessas. Que tal fazer uma lista de palavras que designam emoções? Vamos ver quantas palavras conseguimos reunir?
Opção 3: Exercitando a consciência fonológica, quais palavras conhecemos com o final "ário"? Em todas essas palavras o significado é o mesmo? Quais significados se mantém? Quais são diferentes? Se eu penso na palavra EMOCIONÁRIO, que significado eu posso imaginar que ela tenha?
Opção 4: Pensando na atividade que virá em seguida, peça que escolham uma emoção que não compreendem completamente. Assim, a nuvem pode dar início a fala pertinente a obra Emocionário que virá a seguir.
2. Durante a leitura
A obra Emocionário, de Cristina Núñez Pereira e Rafael R. Valcárcel é um dicionário de emoções que nos ajuda a entender melhor o que se passa em nosso coração. Prazer, ódio, entusiasmo, insegurança, orgulho e muitos outros sentimentos são representados por ilustrações inspiradoras e explicados de forma simples e delicada. Com esse livro, crianças e adultos de todas as idades vão aprender a reconhecer suas emoções e expressar seus sentimentos.
Traga um momento de leitura compartilhada com a turma, podendo sugerir diversas logísticas para sua realização, conforme o professor preferir de acordo com o perfil da turma e os meios disponíveis.
Sugestões:
Essa leitura terá como fundamento ampliar o vocabulário dos alunos, assim como uma melhor compreensão quanto a determinadas emoções e/ou sentimentos que surgirão com a leitura. A obra está disponível também através do link abaixo, para conhecimento prévio do docente, como base para leitura como mediador ou então para uso em sala de aula com a proposta de uma leitura compartilhada digital.
Ouça os áudios do Espaço Brincar sobre a obra, onde cada um explora um único sentimento/emoção, podendo o professor utilizar qual/quais preferir ou então explorar estes por várias aulas. Abaixo segue link como exemplo de um dos encontros, este sendo o número 4, sobre a palavra Alívio (contida na obra):
3. Após a leitura
Atividade 1 - Faz-se importante registrar no caderno, por exemplo, emoções desconhecidas pelos alunos até o momento da leitura, podendo explorar a aplicabilidade dos novos vocábulos em frases. Assim também pode-se resgatar a animação assistida e solicitar aos alunos associações entre as palavras da obra lida com cenas do filme.
Atividade 2 - O livro EMOCIONÁRIO traz mais de 40 definições de emoções:
Atividade 3 - Faça um círculo de conversas sobre sentimentos pessoais trabalhando assim as competências socioemocionais, cuja proposta está alinhada à BNCC. Peça para os alunos falarem sobre as emoções em diferentes situações: injustiça, mentira, aborrecimento, ansiedade, amizade, afeto etc. Depois da conversa sobre as emoções, proponha uma produção textual na qual o aluno represente as emoções da forma que as imagina, transformando-as em personagens para a produção de uma História em Quadrinhos.
Atividade 4 - Que tal explorar os sentimentos e emoções trazidos até o momento em um jogo coletivo? Proponha para a turma um momento lúdico com o jogo de Mímica. Neste os alunos poderão expressar como compreendem, ou mesmo, identificam tais emoções de forma não verbal.
Sugestão de sites sobre o gênero História em Quadrinhos (HQ):
https://www.todamateria.com.br/historia-em-quadrinhos/
https://www.portugues.com.br/redacao/historia-em-quadrinhos.html
https://mundoeducacao.uol.com.br/literatura/historia-historia-quadrinhos.htm
Referências:
IZQUIERDO, I. Memória. Artmed: Porto Alegre, 2002.
LENT, R. Cem bilhões de neurônios: conceitos fundamentais de neurociência. São Paulo: Editora Atheneu, 2005.
MAHAN, L. K; STUMP, S. E. Alimentos, Nutrição e Dietoterapia. 12 ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2010.
PÔRTO, W.G. Emoção e memória. Porto Alegre: Artmed, 2006.
Breno Sanvicente-Vieira; Bruno Kluwe-Schiavon; Luis Eduardo Wearick-Silva; Giovanna Lopes Piccoli; Lilian Scherer; Hélio Anderson Tonelli; Rodrigo Grassi-Oliveira. Revised Reading the Mind in the Eyes Test (RMET) - Brazilianversion. Rev. Bras. Psiquiatr. 36 (1), Jan-Mar 2014. https://doi.org/10.1590/1516-4446-2013-1162
SQUIRE, L.R; KANDEL, E.R. Memória: Da mente às moléculas. Trad. Carla Dalmaaz e Jorge A. Quillfeldt – Porto Alegre: Artmed, 2003.
SHAFFER, D. R. Psicologia do desenvolvimento: Infância e Adolescência. 6ª ed. São Paulo: Cengage Learning, 2009.
1. O momento de transição
Crianças entre 10 e 13 anos enfrentam grandes desafios nesse momento da vida. O período é como se fosse um pêndulo que oscila entre o simples "não sou mais criança" até o extremo "sou grande, um adolescente". E, em meio a essa transição biológica, ocorre uma confusão natural de sentimentos e de despertencimento – já não sou criança e ainda não sou adolescente, então sou o quê?
Apelidou-se cruelmente o período de "aborrescência", por conta das diversas atitudes tomadas por esses meninos e meninas no início da puberdade. É comum responsáveis e professores destacarem comportamentos confusos, causando irritações e aborrecimentos nas casas ou nas escolas. No entanto, é importante refletir que o momento da puberdade não pode ser negligenciado nem pelos responsáveis nem pela escola. É um período de transições e de primeiras experiências, que podem ser assustadoras se não forem discutidas e consideradas naturais - parte do amadurecimento de um ser humano. Há inúmeros processos psicológicos e biológicos da infância para a adolescência, além das transformações físicas - que essas crianças adolescendo precisam lidar.
Conforme os pesquisadores Mahan e Stump (2008), a maturação corporal ocorre em um determinado momento cronológico, contudo o desenvolvimento social e emocional é mais lento. Às vezes, observamos esses meninos e meninas oscilando entre brincar de bonecos e bonecas e ocupar-se com seus primeiros amores. As associações entre a aparência, as ações e a forma que agem, levam os adultos a pensarem que o adolescente não está agindo de acordo com a idade (MAHAN; STUMP, 2008), mas está. Essa confusão de emoções trata-se de uma manifestação de busca pela independência e senso de autonomia, que ocorrerão na vida adulta. Para Shaffer (2009), inúmeras vezes, as meninas e os meninos passam a se preocupar mais com a aparência pelo fato de estarem crescendo, engordando, desenvolvendo um novo modelo corporal, podendo até ter uma imagem negativa de si mesmos nesse período. Ainda que saudáveis, a preocupação com as mudanças pode levá-los a tentar esconder suas formas utilizando-se de má postura, roupas largas ou fazendo dietas inviáveis. Esconder os sentimentos de vergonha por essas mudanças também é uma frequente. Por essas razões, o papel do professor em prover momentos de reflexão e de diálogo sobre a puberdade na sala de aula são essenciais. Também pela importância da abordagem desse tema nessa idade é que escolhemos as emoções como mote para nossas propostas de aulas.
2. Refletindo e falando sobre as emoções na sala de aula: o que a ciência fala sobre isso?
As emoções, não apenas as dos adolescentes, mas as que todos nós sentimos, permeiam todas as nossas decisões ao longo da vida, pois elas estão diretamente ligadas à nossa memória, como afirmou o médico pesquisador Iván Izquierdo. Existe uma grande importância da emoção para a sobrevivência humana, principalmente em termos de memória. A teoria das valências (teoria que considera efeitos negativos ou positivos das emoções nas nossas memórias) mostra que eventos que envolvem a emoção são melhor lembrados do que aqueles chamados neutros (SQUIRE, KANDEL, 2003). Uma aula ou um professor memorável permanecerá nas lembranças dos alunos com mais facilidade do que um professor ou aula a quem eles tenham atribuído menor vínculo afetivo, seja ele positivo ou negativo. Isso acontece porque o fator afetivo acompanha os novos eventos determinados importantes para cada indivíduo, focalizando a atenção para eles e, consequentemente, melhorando a consolidação dessa aprendizagem (PÔRTO, 2006). Por exemplo, você lembra do seu primeiro professor ou professora? Da sua primeira escola? Do seu primeiro dia de aula? De um trabalho, prova ou boletim em que você atingiu a maior nota e pode se "exibir" para seus amigos, irmãos? Você lembra de algum momento escolar em que você ficou muito triste? Repetiu o ano? Tirou uma nota baixa na prova? Todos esses momentos foram primordiais para a nossa formação.
Segundo o Dr. Izquierdo (2002), o cérebro guarda bilhões de impressões, algumas fugazes, outras que perduram a vida inteira. É exatamente isso que chamamos de memória. É ela que forma a personalidade do ser humano. Afinal, memória é a aquisição, a formação, a conservação e a evocação de informações (IZQUIERDO, 2002). É uma parte importante da cognição que abrange o armazenamento e a recuperação de experiências. É por causa dela que se retém parte do que se aprende. Quanto mais contatos temos com um determinado tema, mais chances existem de que ele permaneça nas nossas lembranças. Um exemplo disso é o vocabulário. Na primeira vez que temos contato com uma palavra, pode ser que a esqueçamos no dia seguinte. Isso ocorre porque a conexão cerebral que se formou nesse primeiro contato ainda é muito frágil. É como se fosse uma ponte fraquinha. Uma série de processos químicos e elétricos ocorrem para que aprendamos a nova palavra, mas se não tivermos mais usos desse novo termo, nossa ponte - que já é frágil - vai desaparecendo. Por isso, todas as oportunidades que oferecemos aos alunos para o uso da língua e, em particular, de um novo vocabulário, são fundamentais. A repetição, o uso em diferentes contextos, na leitura, na escrita, em diferentes gêneros textuais são tijolinhos que auxiliam a reforçar nossa ponte, isto é, nossa conexão cerebral de neurônio para neurônio. E, se formos mais longe, relacionarmos esse vocabulário novo com novas vivências, experiências antigas, a ponte que já está mais fortificada, pode virar um circuito viário imenso e rico de trajetos a serem seguidos. Nossa grande rede neuronal ou circuitaria cerebral é metaforicamente semelhante às múltiplas pontes que podemos possibilitar aos alunos. A qualidade das nossas pontes pode estar relacionada às nossas memórias emocionais.
Não existe uma única circuitaria cerebral que seja responsável pela formação, retenção e evocação das informações aprendidas. Existem várias redes neurais com milhões de interconexões que estão relacionadas aos processos de aprendizagem, como é o caso do que chamamos modulação das emoções. Lembra-se melhor e ou por mais tempo daquilo que possui uma valência afetiva maior, momentos trágicos ou muito felizes, por exemplo. Você lembra o que estava fazendo quando ocorreu o trágico ataque terrorista ao World Trade Center, nos Estados Unidos, em 11 de setembro de 2001? Muitas pessoas lembram com detalhes onde estavam, com quem estavam e o que estavam fazendo quando pararam para testemunhar esse triste episódio histórico. Ainda que não quiséssemos lembrar disso, consolidamos e temos certa facilidade de recuperar quando é solicitado.
A tristeza envolvida no episódio marcou nossa memória negativamente e não nos deixa esquecê-la. O mesmo ocorre com momentos de extrema felicidade como a formatura, o nascimento de um filho ou filha, uma festa de 15 anos, a aquisição do primeiro imóvel, a conquista do primeiro emprego. A aquisição das memórias corresponde à aprendizagem. Considera-se um evento tudo que for memorizável, como um objeto, um som, um acontecimento, um cheiro, um pensamento, uma emoção, uma sequência de movimentos (LENT, 2005).
Em tempos de pandemia, em que parte das nossas expressões faciais ficaram cobertas por máscaras, sorrimos com os olhos. E quem diria que seríamos capazes de reconhecer tantas emoções somente com o recurso dos olhos? O time de pesquisadores liderados por Breno Sanvicente-Vieira (2013) conseguiu. Eles fizeram uma versão adaptada para o português brasileiro do Teste de Leitura de Olhos, dos professores Baron-Cohen e colegas (2001). O teste oferece uma série de figuras de olhares de diferentes pessoas e pede que identifique que emoção está sendo passada por aquele olhar. Testes desse tipo ajudam pessoas a desenvolverem empatia, como é o caso de pessoas com síndromes e transtornos diversos. Para olhar a versão em português brasileiro, acesse: https://www.autismresearchcentre.com/tests/eyes-test-adult/.
É importante destacar também que nos comunicamos com o corpo todo, a denominada linguagem corporal. É interessante estarmos atentos à linguagem corporal de nossos alunos, especialmente nesta fase da vida. Qual linguagem corporal você observa nos alunos para declarar: motivação – desinteresse – irritação – dificuldade – nervosismo – medo - satisfação
Pensando na importância das emoções para a formação de boas memórias e na ampliação de vocabulário sobre o assunto para nossos alunos, e também em como essas emoções podem ser declaradas ao escrever ou ler um texto, apresentamos o material que segue. Elaboramos cinco propostas com atividades e leituras voltadas ao desenvolvimento do aluno no campo da leitura e escrita e que, ao mesmo tempo, se preocupam em explorar as percepções de mundo dessa faixa etária dos alunos.
Campo artístico-literário – Leitura/escuta (compartilhada e autônoma)
(EF35LP21) Ler e compreender, de forma autônoma, textos literários de diferentes gêneros e extensões, inclusive aqueles sem ilustrações, estabelecendo preferências por gêneros, temas, autores.
Todos os campos de atuação – Análise linguística/semiótica
(EF04LP05) Identificar a função na leitura e usar, adequadamente, na escrita ponto final, de interrogação, de exclamação, dois-pontos e travessão em diálogos (discurso direto), vírgula em enumerações e em separação de vocativo e de aposto.
(EF05LP04) Diferenciar, na leitura de textos, vírgula, ponto e vírgula, dois-pontos e reconhecer, na leitura de textos, o efeito de sentido que decorre do uso de reticências, aspas, parênteses.
Os sinais de pontuação são sempre importantes na comunicação escrita, pois, a partir destas pausas, avisa ao ouvinte ou ao leitor se está fazendo uma pergunta, se está zangado, se é um grito ou se é um esclarecimento. O objetivo das atividades que propomos é simples: auxiliar o aluno quanto ao uso correto dos sinais de pontuação na comunicação escrita.
Antes de aplicar as propostas, sugerimos que o professor organize os materiais e revisite textos e demais conteúdos que serão vistos em sala de aula. Como muitas atividades são complementadas com vídeos e filmes, é importante separar um tempo prévio para assistir ao conteúdo – se não for possível assistir em aula, pode-se sugerir uma atividade extraclasse.
Esta proposta tem como objetivo trazer a importância da pontuação em frases, pensando a clareza quanto do sentimento que se pretende expressar.
1. Antes da leitura
Proponha a análise da Obra O Grito, de Edward Munch. O Grito é uma série de quatro pinturas do norueguês Edvard Munch, 1893. A obra representa uma figura andrógina num momento de profunda angústia e desespero. O plano de fundo é a doca do fiorde de Oslo ao pôr do sol. Analise a obra, de forma a imaginar as emoções associadas à expressão apresentada através de frases pontuadas que a descreveriam e questionariam. Instigue seu estudante a criar questionamentos e suposições ao realizar essa análise.
Algumas sugestões de frases:
Obra “O Grito”, de Edward Munch
2. Durante a leitura
A obra sugerida, A Rebelião da Pontuação, de William Tucci, conta a história dos sinais de pontuação, que, um dia, decidem fazer uma rebelião, pois estão cansados dos erros gramaticais cometidos pelas crianças. Tudo começa numa noite em que Bruno não consegue dormir e resolve ler algumas histórias. Será que essa rebelião terá sucesso?
Novamente traga um momento de leitura compartilhada fazendo um círculo ou grupos com a turma para que leiam, em voz alta, a obra. As adaptações para a leitura compartilhada são a critério do professor, conforme preferir de acordo com o perfil da turma e os meios disponíveis. Essa leitura terá como fundamento embasar o trabalho sobre sinais de pontuação, trazendo esta competência de forma divertida em obra ilustrada.
A obra está disponível também através do link abaixo, para conhecimento prévio do docente, como base para leitura como mediador ou então para uso em sala de aula com a proposta de uma hora do conto digital:
Leitura digital
3. Após a leitura
Na prática, sugestões de atividades que podem ser propostas em sala de aula:
Imagens de personagens com diferentes expressões faciais:
Ao realizar a análise das imagens proponha a construção de frases usando diferentes pontuações. Explore imagens variadas para essa atividade. Você também pode usar emojis.
Veja o exemplo: A expressão abaixo representa uma dúvida. O que poderia estar pensando?
Por exemplo, “Será que fui bem na prova?”
Criação de diálogos a partir das imagens trazidas (Sugestão 2: em formato HQ):
Ao usar a opção de expressões, você trabalhará emoções, pontuação e ainda pode agregar o gênero textual HQ.
Aplicação dos sinais de pontuação associados ao sentido da frase e do sentimento que se pretende expressar:
Comparar frases com pontuações diferentes ou sem pontuação, compreendendo a mudança de sentido entre elas – reflexões acerca da importância da pontuação quanto ao sentido da frase. Veja exemplos:
Sugestão de texto com diferentes usos de pontuação:
Um homem rico estava muito doente, pediu papel e caneta, e assim escreveu: “Deixo meus bens à minha irmã não a meu sobrinho jamais será paga a conta do alfaiate nada aos pobres.”
Morreu antes de fazer a pontuação. Para quem ele deixava a fortuna?
Explore com os estudantes as diferentes possibilidades. No site https://www.enemvirtual.com.br, você encontrará a continuação do texto.
Atividade extra 1 – produção gráfica de releitura da obra O Grito explorando outras expressões, além da possibilidade da criação de memes através das expressões associadas a frases/expressões pontuadas.
Atividade extra 2 – Explore outras formas de ouvir/contar a história. O áudio sugerido traz o conto sobre sinais de pontuação, na voz de uma criança, com uma fala breve, divertida e cheia de conteúdo sobre a temática que estamos explorando, podendo ser utilizado como suporte em sala de aula. Confira:
Referências:
IZQUIERDO, I. Memória. Artmed: Porto Alegre, 2002.
LENT, R. Cem bilhões de neurônios: conceitos fundamentais de neurociência. São Paulo: Editora Atheneu, 2005.
MAHAN, L. K; STUMP, S. E. Alimentos, Nutrição e Dietoterapia. 12 ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2010.
PÔRTO, W.G. Emoção e memória. Porto Alegre: Artmed, 2006.
Breno Sanvicente-Vieira; Bruno Kluwe-Schiavon; Luis Eduardo Wearick-Silva; Giovanna Lopes Piccoli; Lilian Scherer; Hélio Anderson Tonelli; Rodrigo Grassi-Oliveira. Revised Reading the Mind in the Eyes Test (RMET) - Brazilianversion. Rev. Bras. Psiquiatr. 36 (1), Jan-Mar 2014. https://doi.org/10.1590/1516-4446-2013-1162
SQUIRE, L.R; KANDEL, E.R. Memória: Da mente às moléculas. Trad. Carla Dalmaaz e Jorge A. Quillfeldt – Porto Alegre: Artmed, 2003.
SHAFFER, D. R. Psicologia do desenvolvimento: Infância e Adolescência. 6ª ed. São Paulo: Cengage Learning, 2009.
1. O momento de transição
Crianças entre 10 e 13 anos enfrentam grandes desafios nesse momento da vida. O período é como se fosse um pêndulo que oscila entre o simples "não sou mais criança" até o extremo "sou grande, um adolescente". E, em meio a essa transição biológica, ocorre uma confusão natural de sentimentos e de despertencimento – já não sou criança e ainda não sou adolescente, então sou o quê?
Apelidou-se cruelmente o período de "aborrescência", por conta das diversas atitudes tomadas por esses meninos e meninas no início da puberdade. É comum responsáveis e professores destacarem comportamentos confusos, causando irritações e aborrecimentos nas casas ou nas escolas. No entanto, é importante refletir que o momento da puberdade não pode ser negligenciado nem pelos responsáveis nem pela escola. É um período de transições e de primeiras experiências, que podem ser assustadoras se não forem discutidas e consideradas naturais - parte do amadurecimento de um ser humano. Há inúmeros processos psicológicos e biológicos da infância para a adolescência, além das transformações físicas - que essas crianças adolescendo precisam lidar.
Conforme os pesquisadores Mahan e Stump (2008), a maturação corporal ocorre em um determinado momento cronológico, contudo o desenvolvimento social e emocional é mais lento. Às vezes, observamos esses meninos e meninas oscilando entre brincar de bonecos e bonecas e ocupar-se com seus primeiros amores. As associações entre a aparência, as ações e a forma que agem, levam os adultos a pensarem que o adolescente não está agindo de acordo com a idade (MAHAN; STUMP, 2008), mas está. Essa confusão de emoções trata-se de uma manifestação de busca pela independência e senso de autonomia, que ocorrerão na vida adulta. Para Shaffer (2009), inúmeras vezes, as meninas e os meninos passam a se preocupar mais com a aparência pelo fato de estarem crescendo, engordando, desenvolvendo um novo modelo corporal, podendo até ter uma imagem negativa de si mesmos nesse período. Ainda que saudáveis, a preocupação com as mudanças pode levá-los a tentar esconder suas formas utilizando-se de má postura, roupas largas ou fazendo dietas inviáveis. Esconder os sentimentos de vergonha por essas mudanças também é uma frequente. Por essas razões, o papel do professor em prover momentos de reflexão e de diálogo sobre a puberdade na sala de aula são essenciais. Também pela importância da abordagem desse tema nessa idade é que escolhemos as emoções como mote para nossas propostas de aulas.
2. Refletindo e falando sobre as emoções na sala de aula: o que a ciência fala sobre isso?
As emoções, não apenas as dos adolescentes, mas as que todos nós sentimos, permeiam todas as nossas decisões ao longo da vida, pois elas estão diretamente ligadas à nossa memória, como afirmou o médico pesquisador Iván Izquierdo. Existe uma grande importância da emoção para a sobrevivência humana, principalmente em termos de memória. A teoria das valências (teoria que considera efeitos negativos ou positivos das emoções nas nossas memórias) mostra que eventos que envolvem a emoção são melhor lembrados do que aqueles chamados neutros (SQUIRE, KANDEL, 2003). Uma aula ou um professor memorável permanecerá nas lembranças dos alunos com mais facilidade do que um professor ou aula a quem eles tenham atribuído menor vínculo afetivo, seja ele positivo ou negativo. Isso acontece porque o fator afetivo acompanha os novos eventos determinados importantes para cada indivíduo, focalizando a atenção para eles e, consequentemente, melhorando a consolidação dessa aprendizagem (PÔRTO, 2006). Por exemplo, você lembra do seu primeiro professor ou professora? Da sua primeira escola? Do seu primeiro dia de aula? De um trabalho, prova ou boletim em que você atingiu a maior nota e pode se "exibir" para seus amigos, irmãos? Você lembra de algum momento escolar em que você ficou muito triste? Repetiu o ano? Tirou uma nota baixa na prova? Todos esses momentos foram primordiais para a nossa formação.
Segundo o Dr. Izquierdo (2002), o cérebro guarda bilhões de impressões, algumas fugazes, outras que perduram a vida inteira. É exatamente isso que chamamos de memória. É ela que forma a personalidade do ser humano. Afinal, memória é a aquisição, a formação, a conservação e a evocação de informações (IZQUIERDO, 2002). É uma parte importante da cognição que abrange o armazenamento e a recuperação de experiências. É por causa dela que se retém parte do que se aprende. Quanto mais contatos temos com um determinado tema, mais chances existem de que ele permaneça nas nossas lembranças. Um exemplo disso é o vocabulário. Na primeira vez que temos contato com uma palavra, pode ser que a esqueçamos no dia seguinte. Isso ocorre porque a conexão cerebral que se formou nesse primeiro contato ainda é muito frágil. É como se fosse uma ponte fraquinha. Uma série de processos químicos e elétricos ocorrem para que aprendamos a nova palavra, mas se não tivermos mais usos desse novo termo, nossa ponte - que já é frágil - vai desaparecendo. Por isso, todas as oportunidades que oferecemos aos alunos para o uso da língua e, em particular, de um novo vocabulário, são fundamentais. A repetição, o uso em diferentes contextos, na leitura, na escrita, em diferentes gêneros textuais são tijolinhos que auxiliam a reforçar nossa ponte, isto é, nossa conexão cerebral de neurônio para neurônio. E, se formos mais longe, relacionarmos esse vocabulário novo com novas vivências, experiências antigas, a ponte que já está mais fortificada, pode virar um circuito viário imenso e rico de trajetos a serem seguidos. Nossa grande rede neuronal ou circuitaria cerebral é metaforicamente semelhante às múltiplas pontes que podemos possibilitar aos alunos. A qualidade das nossas pontes pode estar relacionada às nossas memórias emocionais.
Não existe uma única circuitaria cerebral que seja responsável pela formação, retenção e evocação das informações aprendidas. Existem várias redes neurais com milhões de interconexões que estão relacionadas aos processos de aprendizagem, como é o caso do que chamamos modulação das emoções. Lembra-se melhor e ou por mais tempo daquilo que possui uma valência afetiva maior, momentos trágicos ou muito felizes, por exemplo. Você lembra o que estava fazendo quando ocorreu o trágico ataque terrorista ao World Trade Center, nos Estados Unidos, em 11 de setembro de 2001? Muitas pessoas lembram com detalhes onde estavam, com quem estavam e o que estavam fazendo quando pararam para testemunhar esse triste episódio histórico. Ainda que não quiséssemos lembrar disso, consolidamos e temos certa facilidade de recuperar quando é solicitado.
A tristeza envolvida no episódio marcou nossa memória negativamente e não nos deixa esquecê-la. O mesmo ocorre com momentos de extrema felicidade como a formatura, o nascimento de um filho ou filha, uma festa de 15 anos, a aquisição do primeiro imóvel, a conquista do primeiro emprego. A aquisição das memórias corresponde à aprendizagem. Considera-se um evento tudo que for memorizável, como um objeto, um som, um acontecimento, um cheiro, um pensamento, uma emoção, uma sequência de movimentos (LENT, 2005).
Em tempos de pandemia, em que parte das nossas expressões faciais ficaram cobertas por máscaras, sorrimos com os olhos. E quem diria que seríamos capazes de reconhecer tantas emoções somente com o recurso dos olhos? O time de pesquisadores liderados por Breno Sanvicente-Vieira (2013) conseguiu. Eles fizeram uma versão adaptada para o português brasileiro do Teste de Leitura de Olhos, dos professores Baron-Cohen e colegas (2001). O teste oferece uma série de figuras de olhares de diferentes pessoas e pede que identifique que emoção está sendo passada por aquele olhar. Testes desse tipo ajudam pessoas a desenvolverem empatia, como é o caso de pessoas com síndromes e transtornos diversos. Para olhar a versão em português brasileiro, acesse: https://www.autismresearchcentre.com/tests/eyes-test-adult/.
É importante destacar também que nos comunicamos com o corpo todo, a denominada linguagem corporal. É interessante estarmos atentos à linguagem corporal de nossos alunos, especialmente nesta fase da vida. Qual linguagem corporal você observa nos alunos para declarar: motivação – desinteresse – irritação – dificuldade – nervosismo – medo - satisfação
Pensando na importância das emoções para a formação de boas memórias e na ampliação de vocabulário sobre o assunto para nossos alunos, e também em como essas emoções podem ser declaradas ao escrever ou ler um texto, apresentamos o material que segue. Elaboramos cinco propostas com atividades e leituras voltadas ao desenvolvimento do aluno no campo da leitura e escrita e que, ao mesmo tempo, se preocupam em explorar as percepções de mundo dessa faixa etária dos alunos.
Registros da história: linguagens e culturas
(EF05HI07) Identificar os processos de produção, hierarquização e difusão dos marcos de memória e discutir a presença e/ou a ausência de diferentes grupos que compõem a sociedade na nomeação desses marcos de memória.
Campo das práticas de estudo e pesquisa - Oralidade
(EF35LP19) Recuperar as ideias principais em situações formais de escuta de exposições, apresentações e palestras.
Campo artístico-literário – Produção de textos (leitura compartilhada e autônoma)
(EF35LP25) Criar narrativas ficcionais, com certa autonomia, utilizando detalhes descritivos, sequências de eventos e imagens apropriadas para sustentar o sentido do texto, e marcadores de tempo, espaço e de fala de personagens.
(EF35LP26) Ler e compreender, com certa autonomia, narrativas ficcionais que apresentem cenários e personagens, observando os elementos da estrutura narrativa: enredo, tempo, espaço, personagens, narrador e a construção do discurso indireto e discurso direto.
Todos os campos de atuação – Análise linguística/semiótica
(EF06LP03) Analisar diferenças de sentido entre palavras de uma série sinonímica.
(EF06LP05) Identificar os efeitos de sentido dos modos verbais, considerando o gênero textual e a intenção comunicativa.
Os sinais de pontuação são sempre importantes na comunicação escrita, pois, a partir destas pausas, avisa ao ouvinte ou ao leitor se está fazendo uma pergunta, se está zangado, se é um grito ou se é um esclarecimento. O objetivo das atividades que propomos é simples: auxiliar o aluno quanto ao uso correto dos sinais de pontuação na comunicação escrita.
Antes de aplicar as propostas, sugerimos que o professor organize os materiais e revisite textos e demais conteúdos que serão vistos em sala de aula. Como muitas atividades são complementadas com vídeos e filmes, é importante separar um tempo prévio para assistir ao conteúdo – se não for possível assistir em aula, pode-se sugerir uma atividade extraclasse.
Esta proposta tem como objetivo proporcionar aos alunos a reflexão sobre seu conhecimento de mundo, suas vivências e expressão de sentimentos e sensações, através da contemplação, conversas, leitura e elaboração textual.
1. Antes da leitura
Reflexão instigada pela vocalização do poema Guardar (Antônio Cícero) por Fernanda Montenegro:
Antes de exibir a vocalização do poema, o (a) professor(a) fará uma breve apresentação de Antônio Cícero Correia Lima, poeta, filósofo, escritor, crítico literário e membro da Academia Brasileira de Letras, autor do poema Guardar, e apresentará também Fernanda Montenegro, atriz e escritora brasileira.
O professor poderá iniciar uma conversa com os alunos, perguntando o que significa guardar, o que cada um guarda e como guarda. O importante é promover uma reflexão e deixar todos bem à vontade para compartilharem suas memórias.
2. Durante a leitura
O texto escolhido é do gênero memória literária, finalista da Olimpíada de Língua Portuguesa do ano de 2019. É interessante que o professor explique aos alunos que a Olimpíada mobiliza escolas de todo o Brasil e que em 2019 foram 42 mil escolas participantes. Primeiramente, os textos são selecionados na escola e, depois, nas etapas municipal e estadual. O texto a ser lido é semifinalista, portanto, após essa publicação houve a etapa seguinte: a nacional, na qual foram selecionados os vencedores.
Como num conto de fadas baseou-se em uma entrevista que a aluna Emilly fez com Ruth da Silveira Ramos, 75 anos. Essa entrevista foi transfigurada para um texto do gênero memória literária, no qual, através da escrita de Emily, a entrevistada ganhou a voz da protagonista. Você pode conhecer todos os semifinalistas no link https://www.escrevendoofuturo.org.br/arquivos/9161/textos-finalistas-2019.pdf
Texto 1 – Como num conto de fadas, de Emily Ramos Wendt (pdf)
3. Após a leitura
Analise o vocabulário do texto:
Significado de termos desconhecidos, sentido no texto. É possível ainda trabalhar o tempo verbal e a classe gramatical.
Através de uma conversa com a turma será possível listar as características do gênero memória literária. Abaixo, que poderá ser registrada no quadro e copiada no caderno à medida que as respostas surgirem. Apresentamos um breve guia de perguntas e respostas para essa conversa:
Atividade extra: produção textual do gênero memória literária, podendo ser baseada em suas próprias vivências ou nas vivências de um entrevistado. Os textos dos alunos da turma poderão compor uma revista digital, um PDF ou Ebook a ser compartilhada.
O vídeo sugerido traz a canção Era uma vez, na voz de Kell Smith, compositora e cantora brasileira. O vídeo poderá ser utilizado como suporte para o estudo do gênero memórias literárias em sala de aula, pois traz à baila o tema saudade da infância, experiência já sentida pelos adultos pelo menos uma vez na vida.
Referências:
IZQUIERDO, I. Memória. Artmed: Porto Alegre, 2002.
LENT, R. Cem bilhões de neurônios: conceitos fundamentais de neurociência. São Paulo: Editora Atheneu, 2005.
MAHAN, L. K; STUMP, S. E. Alimentos, Nutrição e Dietoterapia. 12 ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2010.
PÔRTO, W.G. Emoção e memória. Porto Alegre: Artmed, 2006.
Breno Sanvicente-Vieira; Bruno Kluwe-Schiavon; Luis Eduardo Wearick-Silva; Giovanna Lopes Piccoli; Lilian Scherer; Hélio Anderson Tonelli; Rodrigo Grassi-Oliveira. Revised Reading the Mind in the Eyes Test (RMET) - Brazilianversion. Rev. Bras. Psiquiatr. 36 (1), Jan-Mar 2014. https://doi.org/10.1590/1516-4446-2013-1162
SQUIRE, L.R; KANDEL, E.R. Memória: Da mente às moléculas. Trad. Carla Dalmaaz e Jorge A. Quillfeldt – Porto Alegre: Artmed, 2003.
SHAFFER, D. R. Psicologia do desenvolvimento: Infância e Adolescência. 6ª ed. São Paulo: Cengage Learning, 2009.
1. O momento de transição
Crianças entre 10 e 13 anos enfrentam grandes desafios nesse momento da vida. O período é como se fosse um pêndulo que oscila entre o simples "não sou mais criança" até o extremo "sou grande, um adolescente". E, em meio a essa transição biológica, ocorre uma confusão natural de sentimentos e de despertencimento – já não sou criança e ainda não sou adolescente, então sou o quê?
Apelidou-se cruelmente o período de "aborrescência", por conta das diversas atitudes tomadas por esses meninos e meninas no início da puberdade. É comum responsáveis e professores destacarem comportamentos confusos, causando irritações e aborrecimentos nas casas ou nas escolas. No entanto, é importante refletir que o momento da puberdade não pode ser negligenciado nem pelos responsáveis nem pela escola. É um período de transições e de primeiras experiências, que podem ser assustadoras se não forem discutidas e consideradas naturais - parte do amadurecimento de um ser humano. Há inúmeros processos psicológicos e biológicos da infância para a adolescência, além das transformações físicas - que essas crianças adolescendo precisam lidar.
Conforme os pesquisadores Mahan e Stump (2008), a maturação corporal ocorre em um determinado momento cronológico, contudo o desenvolvimento social e emocional é mais lento. Às vezes, observamos esses meninos e meninas oscilando entre brincar de bonecos e bonecas e ocupar-se com seus primeiros amores. As associações entre a aparência, as ações e a forma que agem, levam os adultos a pensarem que o adolescente não está agindo de acordo com a idade (MAHAN; STUMP, 2008), mas está. Essa confusão de emoções trata-se de uma manifestação de busca pela independência e senso de autonomia, que ocorrerão na vida adulta. Para Shaffer (2009), inúmeras vezes, as meninas e os meninos passam a se preocupar mais com a aparência pelo fato de estarem crescendo, engordando, desenvolvendo um novo modelo corporal, podendo até ter uma imagem negativa de si mesmos nesse período. Ainda que saudáveis, a preocupação com as mudanças pode levá-los a tentar esconder suas formas utilizando-se de má postura, roupas largas ou fazendo dietas inviáveis. Esconder os sentimentos de vergonha por essas mudanças também é uma frequente. Por essas razões, o papel do professor em prover momentos de reflexão e de diálogo sobre a puberdade na sala de aula são essenciais. Também pela importância da abordagem desse tema nessa idade é que escolhemos as emoções como mote para nossas propostas de aulas.
2. Refletindo e falando sobre as emoções na sala de aula: o que a ciência fala sobre isso?
As emoções, não apenas as dos adolescentes, mas as que todos nós sentimos, permeiam todas as nossas decisões ao longo da vida, pois elas estão diretamente ligadas à nossa memória, como afirmou o médico pesquisador Iván Izquierdo. Existe uma grande importância da emoção para a sobrevivência humana, principalmente em termos de memória. A teoria das valências (teoria que considera efeitos negativos ou positivos das emoções nas nossas memórias) mostra que eventos que envolvem a emoção são melhor lembrados do que aqueles chamados neutros (SQUIRE, KANDEL, 2003). Uma aula ou um professor memorável permanecerá nas lembranças dos alunos com mais facilidade do que um professor ou aula a quem eles tenham atribuído menor vínculo afetivo, seja ele positivo ou negativo. Isso acontece porque o fator afetivo acompanha os novos eventos determinados importantes para cada indivíduo, focalizando a atenção para eles e, consequentemente, melhorando a consolidação dessa aprendizagem (PÔRTO, 2006). Por exemplo, você lembra do seu primeiro professor ou professora? Da sua primeira escola? Do seu primeiro dia de aula? De um trabalho, prova ou boletim em que você atingiu a maior nota e pode se "exibir" para seus amigos, irmãos? Você lembra de algum momento escolar em que você ficou muito triste? Repetiu o ano? Tirou uma nota baixa na prova? Todos esses momentos foram primordiais para a nossa formação.
Segundo o Dr. Izquierdo (2002), o cérebro guarda bilhões de impressões, algumas fugazes, outras que perduram a vida inteira. É exatamente isso que chamamos de memória. É ela que forma a personalidade do ser humano. Afinal, memória é a aquisição, a formação, a conservação e a evocação de informações (IZQUIERDO, 2002). É uma parte importante da cognição que abrange o armazenamento e a recuperação de experiências. É por causa dela que se retém parte do que se aprende. Quanto mais contatos temos com um determinado tema, mais chances existem de que ele permaneça nas nossas lembranças. Um exemplo disso é o vocabulário. Na primeira vez que temos contato com uma palavra, pode ser que a esqueçamos no dia seguinte. Isso ocorre porque a conexão cerebral que se formou nesse primeiro contato ainda é muito frágil. É como se fosse uma ponte fraquinha. Uma série de processos químicos e elétricos ocorrem para que aprendamos a nova palavra, mas se não tivermos mais usos desse novo termo, nossa ponte - que já é frágil - vai desaparecendo. Por isso, todas as oportunidades que oferecemos aos alunos para o uso da língua e, em particular, de um novo vocabulário, são fundamentais. A repetição, o uso em diferentes contextos, na leitura, na escrita, em diferentes gêneros textuais são tijolinhos que auxiliam a reforçar nossa ponte, isto é, nossa conexão cerebral de neurônio para neurônio. E, se formos mais longe, relacionarmos esse vocabulário novo com novas vivências, experiências antigas, a ponte que já está mais fortificada, pode virar um circuito viário imenso e rico de trajetos a serem seguidos. Nossa grande rede neuronal ou circuitaria cerebral é metaforicamente semelhante às múltiplas pontes que podemos possibilitar aos alunos. A qualidade das nossas pontes pode estar relacionada às nossas memórias emocionais.
Não existe uma única circuitaria cerebral que seja responsável pela formação, retenção e evocação das informações aprendidas. Existem várias redes neurais com milhões de interconexões que estão relacionadas aos processos de aprendizagem, como é o caso do que chamamos modulação das emoções. Lembra-se melhor e ou por mais tempo daquilo que possui uma valência afetiva maior, momentos trágicos ou muito felizes, por exemplo. Você lembra o que estava fazendo quando ocorreu o trágico ataque terrorista ao World Trade Center, nos Estados Unidos, em 11 de setembro de 2001? Muitas pessoas lembram com detalhes onde estavam, com quem estavam e o que estavam fazendo quando pararam para testemunhar esse triste episódio histórico. Ainda que não quiséssemos lembrar disso, consolidamos e temos certa facilidade de recuperar quando é solicitado.
A tristeza envolvida no episódio marcou nossa memória negativamente e não nos deixa esquecê-la. O mesmo ocorre com momentos de extrema felicidade como a formatura, o nascimento de um filho ou filha, uma festa de 15 anos, a aquisição do primeiro imóvel, a conquista do primeiro emprego. A aquisição das memórias corresponde à aprendizagem. Considera-se um evento tudo que for memorizável, como um objeto, um som, um acontecimento, um cheiro, um pensamento, uma emoção, uma sequência de movimentos (LENT, 2005).
Em tempos de pandemia, em que parte das nossas expressões faciais ficaram cobertas por máscaras, sorrimos com os olhos. E quem diria que seríamos capazes de reconhecer tantas emoções somente com o recurso dos olhos? O time de pesquisadores liderados por Breno Sanvicente-Vieira (2013) conseguiu. Eles fizeram uma versão adaptada para o português brasileiro do Teste de Leitura de Olhos, dos professores Baron-Cohen e colegas (2001). O teste oferece uma série de figuras de olhares de diferentes pessoas e pede que identifique que emoção está sendo passada por aquele olhar. Testes desse tipo ajudam pessoas a desenvolverem empatia, como é o caso de pessoas com síndromes e transtornos diversos. Para olhar a versão em português brasileiro, acesse: https://www.autismresearchcentre.com/tests/eyes-test-adult/.
É importante destacar também que nos comunicamos com o corpo todo, a denominada linguagem corporal. É interessante estarmos atentos à linguagem corporal de nossos alunos, especialmente nesta fase da vida. Qual linguagem corporal você observa nos alunos para declarar: motivação – desinteresse – irritação – dificuldade – nervosismo – medo - satisfação
Pensando na importância das emoções para a formação de boas memórias e na ampliação de vocabulário sobre o assunto para nossos alunos, e também em como essas emoções podem ser declaradas ao escrever ou ler um texto, apresentamos o material que segue. Elaboramos cinco propostas com atividades e leituras voltadas ao desenvolvimento do aluno no campo da leitura e escrita e que, ao mesmo tempo, se preocupam em explorar as percepções de mundo dessa faixa etária dos alunos.
Campo artístico-literário - Leitura
(EF69LP48) Interpretar, em poemas, efeitos produzidos pelo uso de recursos expressivos sonoros (estrofação, rimas, aliterações etc), semânticos (figuras de linguagem, por exemplo), gráficoespacial (distribuição da mancha gráfica no papel), imagens e sua relação com o texto verbal.
(EF35LP23) Apreciar poemas e outros textos versificados, observando rimas, aliterações e diferentes modos de divisão dos versos, estrofes e refrões e seu efeito de sentido.
Campo artístico-literário – Produção de textos
(EF69LP51) Engajar-se ativamente nos processos de planejamento, textualização, revisão/edição e reescrita, tendo em vista as restrições temáticas, composicionais e estilísticas dos textos pretendidos e as configurações da situação de produção – o leitor pretendido, o suporte, o contexto de circulação do texto, as finalidades etc. – e considerando a imaginação, a estesia e a verossimilhança próprias ao texto literário.
Todos os campos de atuação – Análise linguística/semiótica
(EF06LP03) Analisar diferenças de sentido entre palavras de uma série sinonímica.
(EF06LP05) Identificar os efeitos de sentido dos modos verbais, considerando o gênero textual e a intenção comunicativa.
Os sinais de pontuação são sempre importantes na comunicação escrita, pois, a partir destas pausas, avisa ao ouvinte ou ao leitor se está fazendo uma pergunta, se está zangado, se é um grito ou se é um esclarecimento. O objetivo das atividades que propomos é simples: auxiliar o aluno quanto ao uso correto dos sinais de pontuação na comunicação escrita.
Antes de aplicar as propostas, sugerimos que o professor organize os materiais e revisite textos e demais conteúdos que serão vistos em sala de aula. Como muitas atividades são complementadas com vídeos e filmes, é importante separar um tempo prévio para assistir ao conteúdo – se não for possível assistir em aula, pode-se sugerir uma atividade extraclasse.
Aqui serão exploradas as competências e habilidades trabalhadas nas propostas anteriores através de atividades lúdicas, trazendo a temática sobre emoções, sentimentos e expressões, partindo de gatilhos musicais, de forma a associar o que foi estudado de forma divertida.
1. Atividades de criação
Antes de iniciar as atividades propostas, sugerimos a escuta de duas músicas que falam sobre sentimentos: Emoções, de Roberto Carlos, e Emoções, do Canal Playkids. Abaixo, você pode conferir as versões em vídeo e também fazer o download das letras das canções.
Música Emoções, de Roberto Carlos
Música Emoções, do Canal Playkids
Texto 1 – Letra da Música Emoções, de Roberto Carlos
Texto 2 – Letra da Música Emoções, do Canal Playkids
Atividade 1 - Criação de paródia: consiste na recriação do livro “Emocionário” e da animação “Divertidamente” (resgate do conteúdo inicial) com atenção aos sinais de pontuação aplicados na escrita da letra, mas lembre-se que deve conservar a ideia central do hipertexto (texto de referência), mas atribuindo a ele efeitos mais irônicos, humorísticos e críticos.
Para essa produção de intertextualidade, criação de um texto sobre outro existente, é preciso fazer uma reflexão crítica a respeito do tema emoções ou retomar essa análise feita na proposta I.
Atividade 2 - Produção gráfica relacionada às emoções trazidas/despertadas nos poemas: Para essa atividade, proponha que os alunos expressem as emoções através de um desenho, que pode ser feito utilizando diferentes técnicas, como pintura, colagem etc.
2. Jogos e Brincadeiras
Proponha um momento lúdico, de descontração através de atividades direcionadas que, ao mesmo tempo em que trarão à luz o foco tido sobre emoções e sentimentos, também proporcionará um espaço de descontração na rotina escolar. As atividades sugeridas a seguir foram desenvolvidas de forma a incluir as Tecnologias de Informação e Comunicação (TICs) no planejamento pedagógico, porém, também podem ser adaptadas para o formato presencial (um grupo de alunos pode interpretar as frases e o outro pode responder, ou o exercício pode ser feito com material impresso, entre outras ideias).
Atividade 1 - Caldeirão das emoções (versão com figuras):
O jogo online foi desenvolvido para auxiliar os alunos na atividade de associação das emoções visuais aos sinais de pontuação. O estudante precisa, primeiramente, interpretar a frase, interligando os sujeitos das orações à ação expressa e, em seguida, ao sinal de pontuação correspondente a ela. Além disso, ele também precisa identificar visualmente qual figura melhor se adequa à emoção apresentada na frase.
Link de acessoAtividade 2 - Caldeirão das emoções (versão com áudio):
Essa versão do jogo apresenta as frases em áudio, e o aluno precisa interpretar a entonação, associando à pontuação correspondente. São dez frases e cinco chances de erro, antes de retornar ao início da atividade; a cada rodada, os enunciados são reorganizados randomicamente.
Link de acessoAtividade 3 - Jogo online sobre as funções dos sinais de pontuação:
Essa atividade online tem o objetivo de fazer com que o aluno fixe o aprendizado sobre os sinais de pontuação, identificando a função de cada um deles na construção textual. O jogo possui uma estrutura simples de duas colunas, sendo uma com a descrição da função do sinal e a outra com a nomenclatura das sinalizações.
Link de acessoAtividade 4 - Dança das emoções:
Trata-se de clique com música simples, onde a letra sugere as expressões que devem ser realizadas pelos participantes. Nas imagens do clique aparecem diversos tipos de emojis como exemplos. Acesso pelo link abaixo:
Link de acesso3. Glossário
Criação de um glossário focado em diversas temáticas, divididas em grupos, de acordo com o interesse dos alunos, suas afinidades, inspirado na obra Emocionário” explorada anteriormente, buscando a interdisciplinaridade.
Exemplos:
Após a construção do glossário, trazer exemplos de aplicação das palavras dos glossários (literal e metafórico) através de frases escritas e/ou oralmente.
Referências:
IZQUIERDO, I. Memória. Artmed: Porto Alegre, 2002.
LENT, R. Cem bilhões de neurônios: conceitos fundamentais de neurociência. São Paulo: Editora Atheneu, 2005.
MAHAN, L. K; STUMP, S. E. Alimentos, Nutrição e Dietoterapia. 12 ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2010.
PÔRTO, W.G. Emoção e memória. Porto Alegre: Artmed, 2006.
Breno Sanvicente-Vieira; Bruno Kluwe-Schiavon; Luis Eduardo Wearick-Silva; Giovanna Lopes Piccoli; Lilian Scherer; Hélio Anderson Tonelli; Rodrigo Grassi-Oliveira. Revised Reading the Mind in the Eyes Test (RMET) - Brazilianversion. Rev. Bras. Psiquiatr. 36 (1), Jan-Mar 2014. https://doi.org/10.1590/1516-4446-2013-1162
SQUIRE, L.R; KANDEL, E.R. Memória: Da mente às moléculas. Trad. Carla Dalmaaz e Jorge A. Quillfeldt – Porto Alegre: Artmed, 2003.
SHAFFER, D. R. Psicologia do desenvolvimento: Infância e Adolescência. 6ª ed. São Paulo: Cengage Learning, 2009.
1. O momento de transição
Crianças entre 10 e 13 anos enfrentam grandes desafios nesse momento da vida. O período é como se fosse um pêndulo que oscila entre o simples "não sou mais criança" até o extremo "sou grande, um adolescente". E, em meio a essa transição biológica, ocorre uma confusão natural de sentimentos e de despertencimento – já não sou criança e ainda não sou adolescente, então sou o quê?
Apelidou-se cruelmente o período de "aborrescência", por conta das diversas atitudes tomadas por esses meninos e meninas no início da puberdade. É comum responsáveis e professores destacarem comportamentos confusos, causando irritações e aborrecimentos nas casas ou nas escolas. No entanto, é importante refletir que o momento da puberdade não pode ser negligenciado nem pelos responsáveis nem pela escola. É um período de transições e de primeiras experiências, que podem ser assustadoras se não forem discutidas e consideradas naturais - parte do amadurecimento de um ser humano. Há inúmeros processos psicológicos e biológicos da infância para a adolescência, além das transformações físicas - que essas crianças adolescendo precisam lidar.
Conforme os pesquisadores Mahan e Stump (2008), a maturação corporal ocorre em um determinado momento cronológico, contudo o desenvolvimento social e emocional é mais lento. Às vezes, observamos esses meninos e meninas oscilando entre brincar de bonecos e bonecas e ocupar-se com seus primeiros amores. As associações entre a aparência, as ações e a forma que agem, levam os adultos a pensarem que o adolescente não está agindo de acordo com a idade (MAHAN; STUMP, 2008), mas está. Essa confusão de emoções trata-se de uma manifestação de busca pela independência e senso de autonomia, que ocorrerão na vida adulta. Para Shaffer (2009), inúmeras vezes, as meninas e os meninos passam a se preocupar mais com a aparência pelo fato de estarem crescendo, engordando, desenvolvendo um novo modelo corporal, podendo até ter uma imagem negativa de si mesmos nesse período. Ainda que saudáveis, a preocupação com as mudanças pode levá-los a tentar esconder suas formas utilizando-se de má postura, roupas largas ou fazendo dietas inviáveis. Esconder os sentimentos de vergonha por essas mudanças também é uma frequente. Por essas razões, o papel do professor em prover momentos de reflexão e de diálogo sobre a puberdade na sala de aula são essenciais. Também pela importância da abordagem desse tema nessa idade é que escolhemos as emoções como mote para nossas propostas de aulas.
2. Refletindo e falando sobre as emoções na sala de aula: o que a ciência fala sobre isso?
As emoções, não apenas as dos adolescentes, mas as que todos nós sentimos, permeiam todas as nossas decisões ao longo da vida, pois elas estão diretamente ligadas à nossa memória, como afirmou o médico pesquisador Iván Izquierdo. Existe uma grande importância da emoção para a sobrevivência humana, principalmente em termos de memória. A teoria das valências (teoria que considera efeitos negativos ou positivos das emoções nas nossas memórias) mostra que eventos que envolvem a emoção são melhor lembrados do que aqueles chamados neutros (SQUIRE, KANDEL, 2003). Uma aula ou um professor memorável permanecerá nas lembranças dos alunos com mais facilidade do que um professor ou aula a quem eles tenham atribuído menor vínculo afetivo, seja ele positivo ou negativo. Isso acontece porque o fator afetivo acompanha os novos eventos determinados importantes para cada indivíduo, focalizando a atenção para eles e, consequentemente, melhorando a consolidação dessa aprendizagem (PÔRTO, 2006). Por exemplo, você lembra do seu primeiro professor ou professora? Da sua primeira escola? Do seu primeiro dia de aula? De um trabalho, prova ou boletim em que você atingiu a maior nota e pode se "exibir" para seus amigos, irmãos? Você lembra de algum momento escolar em que você ficou muito triste? Repetiu o ano? Tirou uma nota baixa na prova? Todos esses momentos foram primordiais para a nossa formação.
Segundo o Dr. Izquierdo (2002), o cérebro guarda bilhões de impressões, algumas fugazes, outras que perduram a vida inteira. É exatamente isso que chamamos de memória. É ela que forma a personalidade do ser humano. Afinal, memória é a aquisição, a formação, a conservação e a evocação de informações (IZQUIERDO, 2002). É uma parte importante da cognição que abrange o armazenamento e a recuperação de experiências. É por causa dela que se retém parte do que se aprende. Quanto mais contatos temos com um determinado tema, mais chances existem de que ele permaneça nas nossas lembranças. Um exemplo disso é o vocabulário. Na primeira vez que temos contato com uma palavra, pode ser que a esqueçamos no dia seguinte. Isso ocorre porque a conexão cerebral que se formou nesse primeiro contato ainda é muito frágil. É como se fosse uma ponte fraquinha. Uma série de processos químicos e elétricos ocorrem para que aprendamos a nova palavra, mas se não tivermos mais usos desse novo termo, nossa ponte - que já é frágil - vai desaparecendo. Por isso, todas as oportunidades que oferecemos aos alunos para o uso da língua e, em particular, de um novo vocabulário, são fundamentais. A repetição, o uso em diferentes contextos, na leitura, na escrita, em diferentes gêneros textuais são tijolinhos que auxiliam a reforçar nossa ponte, isto é, nossa conexão cerebral de neurônio para neurônio. E, se formos mais longe, relacionarmos esse vocabulário novo com novas vivências, experiências antigas, a ponte que já está mais fortificada, pode virar um circuito viário imenso e rico de trajetos a serem seguidos. Nossa grande rede neuronal ou circuitaria cerebral é metaforicamente semelhante às múltiplas pontes que podemos possibilitar aos alunos. A qualidade das nossas pontes pode estar relacionada às nossas memórias emocionais.
Não existe uma única circuitaria cerebral que seja responsável pela formação, retenção e evocação das informações aprendidas. Existem várias redes neurais com milhões de interconexões que estão relacionadas aos processos de aprendizagem, como é o caso do que chamamos modulação das emoções. Lembra-se melhor e ou por mais tempo daquilo que possui uma valência afetiva maior, momentos trágicos ou muito felizes, por exemplo. Você lembra o que estava fazendo quando ocorreu o trágico ataque terrorista ao World Trade Center, nos Estados Unidos, em 11 de setembro de 2001? Muitas pessoas lembram com detalhes onde estavam, com quem estavam e o que estavam fazendo quando pararam para testemunhar esse triste episódio histórico. Ainda que não quiséssemos lembrar disso, consolidamos e temos certa facilidade de recuperar quando é solicitado.
A tristeza envolvida no episódio marcou nossa memória negativamente e não nos deixa esquecê-la. O mesmo ocorre com momentos de extrema felicidade como a formatura, o nascimento de um filho ou filha, uma festa de 15 anos, a aquisição do primeiro imóvel, a conquista do primeiro emprego. A aquisição das memórias corresponde à aprendizagem. Considera-se um evento tudo que for memorizável, como um objeto, um som, um acontecimento, um cheiro, um pensamento, uma emoção, uma sequência de movimentos (LENT, 2005).
Em tempos de pandemia, em que parte das nossas expressões faciais ficaram cobertas por máscaras, sorrimos com os olhos. E quem diria que seríamos capazes de reconhecer tantas emoções somente com o recurso dos olhos? O time de pesquisadores liderados por Breno Sanvicente-Vieira (2013) conseguiu. Eles fizeram uma versão adaptada para o português brasileiro do Teste de Leitura de Olhos, dos professores Baron-Cohen e colegas (2001). O teste oferece uma série de figuras de olhares de diferentes pessoas e pede que identifique que emoção está sendo passada por aquele olhar. Testes desse tipo ajudam pessoas a desenvolverem empatia, como é o caso de pessoas com síndromes e transtornos diversos. Para olhar a versão em português brasileiro, acesse: https://www.autismresearchcentre.com/tests/eyes-test-adult/.
É importante destacar também que nos comunicamos com o corpo todo, a denominada linguagem corporal. É interessante estarmos atentos à linguagem corporal de nossos alunos, especialmente nesta fase da vida. Qual linguagem corporal você observa nos alunos para declarar: motivação – desinteresse – irritação – dificuldade – nervosismo – medo - satisfação
Pensando na importância das emoções para a formação de boas memórias e na ampliação de vocabulário sobre o assunto para nossos alunos, e também em como essas emoções podem ser declaradas ao escrever ou ler um texto, apresentamos o material que segue. Elaboramos cinco propostas com atividades e leituras voltadas ao desenvolvimento do aluno no campo da leitura e escrita e que, ao mesmo tempo, se preocupam em explorar as percepções de mundo dessa faixa etária dos alunos.
Campo artístico-literário - Leitura
(EF69LP48) Interpretar, em poemas, efeitos produzidos pelo uso de recursos expressivos sonoros (estrofação, rimas, aliterações etc), semânticos (figuras de linguagem, por exemplo), gráficoespacial (distribuição da mancha gráfica no papel), imagens e sua relação com o texto verbal.
(EF35LP23) Apreciar poemas e outros textos versificados, observando rimas, aliterações e diferentes modos de divisão dos versos, estrofes e refrões e seu efeito de sentido.
(EF35LP24) Identificar funções do texto dramático (escrito para ser encenado) e sua organização por meio de diálogos entre personagens e marcadores das falas das personagens e de cena.
Campo artístico-literário – Produção de textos
(EF69LP50) Elaborar texto teatral, a partir da adaptação de romances, contos, mitos, narrativas de enigma e de aventura, novelas, biografias romanceadas, crônicas, dentre outros, indicando as rubricas para caracterização do cenário, do espaço, do tempo; explicitando a caracterização física e psicológica dos personagens e dos seus modos de ação; reconfigurando a inserção do discurso direto e dos tipos de narrador; explicitando as marcas de variação linguística (dialetos, registros e jargões) e retextualizando o tratamento da temática.
(EF35LP25) Criar narrativas ficcionais, com certa autonomia, utilizando detalhes descritivos, sequências de eventos e imagens apropriadas para sustentar o sentido do texto, e marcadores de tempo, espaço e de fala de personagens.
(EF69LP51) Engajar-se ativamente nos processos de planejamento, textualização, revisão/edição e reescrita, tendo em vista as restrições temáticas, composicionais e estilísticas dos textos pretendidos e as configurações da situação de produção – o leitor pretendido, o suporte, o contexto de circulação do texto, as finalidades etc. – e considerando a imaginação, a estesia e a verossimilhança próprias ao texto literário.
(EF67LP30) Criar narrativas ficcionais, tais como contos populares, contos de suspense, mistério, terror, humor, narrativas de enigma, crônicas, histórias em quadrinhos, dentre outros, que utilizem cenários e personagens realistas ou de fantasia, observando os elementos da estrutura narrativa próprios ao gênero pretendido, tais como enredo, personagens, tempo, espaço e narrador, utilizando tempos verbais adequados à narração de fatos passados, empregando conhecimentos sobre diferentes modos de se iniciar uma história e de inserir os discursos direto e indireto.
(EF67LP31) Criar poemas compostos por versos livres e de forma fixa (como quadras e sonetos), utilizando recursos visuais, semânticos e sonoros, tais como cadências, ritmos e rimas, e poemas visuais e vídeo-poemas, explorando as relações entre imagem e texto verbal, a distribuição da mancha gráfica (poema visual) e outros recursos visuais e sonoros.
Todos os campos de atuação – Análise linguística/semiótica
(EF06LP03) Analisar diferenças de sentido entre palavras de uma série sinonímica.
(EF67LP33) Pontuar textos adequadamente.
(EF06LP05) Identificar os efeitos de sentido dos modos verbais, considerando o gênero textual e a intenção comunicativa.
Os sinais de pontuação são sempre importantes na comunicação escrita, pois, a partir destas pausas, avisa ao ouvinte ou ao leitor se está fazendo uma pergunta, se está zangado, se é um grito ou se é um esclarecimento. O objetivo das atividades que propomos é simples: auxiliar o aluno quanto ao uso correto dos sinais de pontuação na comunicação escrita.
Antes de aplicar as propostas, sugerimos que o professor organize os materiais e revisite textos e demais conteúdos que serão vistos em sala de aula. Como muitas atividades são complementadas com vídeos e filmes, é importante separar um tempo prévio para assistir ao conteúdo – se não for possível assistir em aula, pode-se sugerir uma atividade extraclasse.
Nessa proposta, os estudantes, organizados em grupos por preferências quanto às produções, irão confeccionar livros do tipo coletânea, reunindo escritos de todos os integrantes do grupo. É possível escolher uma opção para aplicar em cada trimestre/bimestre com os estudantes ou dividir a turma e trabalhar diferentes opções.
Opção A: Livro de poesias
Usando a temática das emoções apresentada nas propostas anteriores ou temáticas contemporâneas pertinentes, construa poesias.
- Rima: É a identidade ou semelhança de sons no final de dois ou mais versos.
- Verso: É cada linha de um poema.
- Estrofe: É a junção de versos.
É possível também a construção de poemas visuais.
- Denotativa: a palavra é utilizada com seu sentido comum (o que aparece no dicionário). Transmite uma informação objetiva sobre a realidade.
- Conotativa: é utilizada com um sentido diferente daquele que lhe é comum (figurado-inventado
Opção B: Livro de roteiros para peças de teatro
Nesta opção, é possível construir histórias que em si é retratada pelos atores por meio do diálogo, no qual o objetivo maior pauta-se por promover uma efetiva interação com o público expectador, na qual a razão e a emoção se fundem a todo momento, proporcionando prazer e entretenimento, ou seja, possibilita trabalhar com emoções, pontuação correta nos diálogos e vocabulário. Essa opção permite ainda que depois os roteiros sejam encenados pelo grupo.
Opção C: Livro de narrativas sobre a temática trabalhada
Nesta opção, é necessário trabalhar a tipologia narrativa:
- Narrador personagem - participa da história.
- Narrador observador - não participa da história.
- ESPAÇO - É o lugar onde os fatos ocorrem.
- TEMPO - É o período ou a época em que se passam os fatos.
- PERSONAGENS - São as praticantes das ações. Podem ser ficcionais ou inspiradas na realidade.
Aqui há uma riqueza de elementos a serem explorados: vocabulário, pontuação, paragrafação, tempos verbais na produção, termos para caracterização das personagens. Além disso, cada estudante ou grupo pode escolher uma temática para produção: aventura, humor, suspense…
Opção D: Livro com letras de músicas/paródias (composições)
Nesta opção, será possível fazer uma coletânea de textos, músicas e poesias para que os estudantes recriem conservando a ideia central do hipertexto (texto de referência), mas atribuindo a ele efeitos mais irônicos, humorísticos e críticos, conforme já realizado na proposta IV.
Opção E: Glossário da turma (contemplando todos os desenvolvidos na proposta IV)
Nesta opção, será possível fazer uma coletânea de termos analisadas nas propostas anteriores. Será como o dicionário da turma.
Para finalizar:
Apresentação das criações dos estudantes
Teatro, música/paródia ou poesia poderão ser escolhidos pelos estudantes ou grupo de estudantes para compartilhar com os demais colegas ou mesmo com outras turmas da escola, como um grande show de talentos, de forma a trabalhar a oralidade unida à expressão corporal.
Mostra de obras produzidas pelos estudantes
Em Sarau Literário, apresentar as obras coletivas produzidas pelos estudantes, podendo-se fazer momentos como conversas com os autores, mesa de autógrafos (caso sejam providenciadas cópias para os professores, por exemplo) e leitura de trechos das obras aos que estiverem prestigiando o evento.
*Sarau Literário: Um sarau (do latim sera nus, através do galego serão) é um evento cultural realizado geralmente em casas particulares onde as pessoas se encontram para se expressar ou se manifestar artisticamente. Um sarau pode envolver dança, poesia, leitura de livros, música acústica e outras formas de arte como pintura, teatro e comidas típicas. (Fonte: Wikipedia)
Obs.: é possível também divulgar as apresentações dos estudantes nas redes sociais, como, por exemplo, através de um Blog Literário e/ou páginas das escolas (mediante autorização de uso de imagem).
Referências:
IZQUIERDO, I. Memória. Artmed: Porto Alegre, 2002.
LENT, R. Cem bilhões de neurônios: conceitos fundamentais de neurociência. São Paulo: Editora Atheneu, 2005.
MAHAN, L. K; STUMP, S. E. Alimentos, Nutrição e Dietoterapia. 12 ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2010.
PÔRTO, W.G. Emoção e memória. Porto Alegre: Artmed, 2006.
Breno Sanvicente-Vieira; Bruno Kluwe-Schiavon; Luis Eduardo Wearick-Silva; Giovanna Lopes Piccoli; Lilian Scherer; Hélio Anderson Tonelli; Rodrigo Grassi-Oliveira. Revised Reading the Mind in the Eyes Test (RMET) - Brazilianversion. Rev. Bras. Psiquiatr. 36 (1), Jan-Mar 2014. https://doi.org/10.1590/1516-4446-2013-1162
SQUIRE, L.R; KANDEL, E.R. Memória: Da mente às moléculas. Trad. Carla Dalmaaz e Jorge A. Quillfeldt – Porto Alegre: Artmed, 2003.
SHAFFER, D. R. Psicologia do desenvolvimento: Infância e Adolescência. 6ª ed. São Paulo: Cengage Learning, 2009.