A data é comemorada neste sábado, 15. Universidade é formada por 423 profissionais que preparam os estudantes para o mercado de trabalho e também para a vida
A Universidade de Santa Cruz do Sul (Unisc) é composta por 423 professores que trabalham na formação dos estudantes. É um trabalho que vai além de formar, mas sim prepará-los para o mercado de trabalho e para a vida. E dentro da universidade, vários são os docentes que constroem histórias nos campi da Unisc.
Há 22 anos, o professor Rudimar Serpa de Abreu é um dos que muda a vida dos estudantes. Natural de Charqueadas, em 2000 ele prestou concurso para professor de História da Educação, foi aprovado e iniciou as atividades docentes no primeiro semestre. “Desde 2000 tenho lecionado em diferentes contextos na Unisc. Assumindo disciplinas voltadas aos fundamentos, metodologias e práticas no curso de Pedagogia e demais licenciaturas.”
Rudimar Serpa de Abreu
Rudi, como é conhecido, já passou por vários cargos durante os anos, e atualmente é o Diretor de Formação Continuada e Tecnologia Educacional da Unisc. Ainda, fora da universidade, já foi secretário de Educação de Charqueadas (2005-2008). “Percebo que o papel que assumo hoje na universidade está articulado com os saberes adquiridos nas práticas de gestão, assim como na docência. E é sobre estes saberes que me debruço, tanto como educador em trajetória de formação, quanto como formador que faz a mediação entre professores e gestores. Essa circularidade da minha trajetória, ser professor e ser gestor, me aproxima das práticas que desenvolvo na Unisc, pois desenvolvo propostas de intervenções que são [trans] formativas, na medida em que colocamos em ação novas configurações curriculares nos cursos que a universidade oferece.”
Sobre os anos de sala de aula, Rudi diz que a maturidade ajudou a compreender que o estudante precisa querer aprender. “Na experiência de estar na universidade, na minha sala de aula, precisa ser inesquecível para ele. Por isso, o momento da mediação didática precisa ser planejado e estrategicamente pensado. A minha prática precisa valer a pena para o estudante e, acima de tudo, se transformar em uma experiência memorável para ele. Por fim, é preciso ter leveza na condução de todo o processo, com sabedoria, gentileza e humanidade, conseguimos conduzir um excelente trabalho.”
E o trabalho do professor vai além da sala de aula. Como diz Rudi, “a educação deve ser um ato político”. Para ele, o professor precisa estar comprometido com a transformação e não ser passivo diante da história. “Temos competência e autoridade de luta. Nós, professores, somos historicamente vistos como uma profissão menor. Mas temos que ter a consciência de que não somos. O que seria de um advogado, de um médico e de qualquer outra profissão, sem aquele indivíduo que o formou e o qualificou? Ter a consciência da nossa força política faz com que nosso espaço de atuação seja fortalecido e reconhecido”, enfatiza.
E ainda finaliza aos colegas de profissão. “Não percamos a esperança, a vontade, o desejo, a crença na educação; e por mais piegas que possa parecer esta afirmação, é aí que está a nossa diferença enquanto profissionais comprometidos.”
O mesmo pensamento tem a coordenadora do Curso de Fisioterapia da Unisc, Angela Cristina Ferreira da Silva, que ingressou na instituição em 1998 como assessora técnica da coordenação do curso. “O professor precisa olhar para o egresso e ver o quanto colaborou para ele estar no mercado de trabalho. Ainda, é preciso estar conectado com a profissão e com a sociedade para facilitar a aprendizagem dos estudantes”, fala Angela.
Angela Cristina Ferreira da Silva
Durante a formação acadêmica na Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), ela nunca imaginou ser professora. O primeiro contato com a docência foi na disciplina de Fisioterapia aplicada à Geriatria em 1999. Na época as aulas eram com lâminas e retroprojetor, fitas de vídeo e essencialmente expositivas. “Mas com a tecnologia atual, a rapidez das informações, os compartilhamentos nas plataformas, o professor é um mediador/facilitador do aprendizado, porque o estudante é autodidata no sentido de buscar a formação e, ao mesmo tempo, está sempre conectado em busca constante do novo.”
Para ela, ser professor é desafiador e prazeroso ao mesmo tempo. “Ser professor fisioterapeuta é assumir a qualidade da profissão e ter a certeza que os egressos estão aptos ao mercado de trabalho, portanto: responsabilidade, estudo, desafio, visão de futuro, mas não esquecendo da história, são apenas alguns valores que levo e busco em todas as minhas ações. Ainda, a ética e a qualidade são fundamentais para o sucesso.”
E ainda deixa um recado aos colegas professores. “Tenham ética e proporcionem momentos de aprendizado colaborativo para seus estudantes, proporcionem reflexão, aproximação direta com o mundo real. Desenvolvam, além das habilidades profissionais, valores como ética, empatia, solidariedade, resiliência e compromisso com aquilo que assumem para que eles possam assistir, cuidar das pessoas com qualidade e humanismo.”
“Pilares importantes da nossa instituição”
O reitor Rafael Frederico Henn já atuou como professor. Neste ano, por causa dos desafios do cargo que exerce e também como presidente da Associação Pró-Ensino em Santa Cruz do Sul (Apesc), precisou deixar de lado a função, mas não esconde a admiração pela profissão. “Parabéns a vocês pelo trabalho e por manterem, acima de tudo, um dos pilares importantes da nossa instituição que é a qualidade do ensino.”
Ele ainda lembrou os desafios, principalmente neste período pós-pandemia. “Assim como qualquer profissão, mas em especial o professor pela grande transformação que vem ocorrendo no que se refere ao ensino e aprendizagem. O professor deixou de ser somente transmissor de conteúdos e passou a ser um mentor, um tutor, que ensina o caminho de aprendizagem onde o aluno é o autodidata. A grande dificuldade, a grande missão do professor nos dias de hoje é semear a esperança, semear os sonhos.”
Já a vice-reitora, Andreia Rosane de Moura Valim, segue dando aulas nos cursos de Medicina, Farmácia e Biomedicina. “É uma data que reforça e reconhece o papel tão importante que o professor tem na formação de pessoas. No meu papel enquanto professora sempre me senti muito desafiada, pois ser professora é uma caminhada diária de aprendizagem em que me sinto muito feliz, é uma realização pessoal. É muito bom estar com os nossos estudantes, sinto que estou ensinando, mas muito mais aprendendo.”
